Em discurso televisionado, o presidente russo reforçou ainda o apoio aos referendos anunciados para anexação de áreas ucranianas.
O presidente da Rússia anunciou nesta quarta-feira (21.set) uma mobilização militar parcial e a convocação de até 300 mil reservistas para reforçar as tropas empenhadas na Ucrânia. Vladimir Putin ordenou a invasão do território vizinho em fevereiro deste ano e vê a recuperação de áreas pelos ucranianos, que iniciaram uma contraofensiva no momento em que a guerra completa sete meses.
Esforços econômicos e a ampliação na produção de armamento também foram anunciados em discurso televisionado na TV estatal russa.
É a primeira mobilização militar anunciada pela Rússia desde a Segunda Guerra Mundial, segundo a agência de notícias Reuters.
Putin também acusou o Ocidente de “incentivar” uma guerra nuclear em território ucraniano. Países capitaneados pelos Estados Unidos e potências europeias são aliados da Ucrânia e estão enviando armamentos para reforçar as tropas ucranianas.
O presidente russo chama a guerra na Ucrânia de operação militar especial e alega que a ação busca “libertar” regiões de maioria russa do domínio ucraniano. Mas Putin vem sendo pressionado para declarar guerra e finalizar a situação no país vizinho, visto que as sanções econômicas impostas pelo Ocidente prejudicam a economia russa.
A Rússia afirma que 5.397 soldados já morreram na Ucrânia, embora os norte-americanos afirmem que as baixas já estejam entre 70 mil e 80 mil militares russos.
Putin reforçou o apoio aos referendos anunciados nas regiões de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia, todas áreas ucranianas tomadas pela Rússia. Votações populares sem transparência foram convocadas para o fim de semana. A medida foi criticada pela comunidade internacional, que alega estar em curso um processo de anexação do território por parte dos russos. O processo é parecido com aquele colocado em prática quando da anexação da Crimeia, em 2014.
Putin afirmou que fará todo o necessário para a defesa do povo russo e anunciou o reconhecimento legal de voluntários russos que lutam na Ucrânia na região do Donbass.
O anúncio desta quarta-feira (21) acontece em um momento que a Ucrânia tem reconquistado áreas dominadas pela Rússia e o fortalecimento do envio de armamento militar por parte dos aliados ucranianos. A moral na tropa russa também estaria em baixa e é uma complicação a mais a Putin na Rússia.
*Com informações da band.uol
