Psicologia x pandemia: live da Santa Casa dá dicas

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Psicóloga Lucilene Andrade falou sobre o serviço no Hospital e destacou os impactos da COVID-19 na saúde mental.


Informação e dicas para reduzir a ansiedade e estresse na pandemia do Coronavírus. A Santa Casa de Votuporanga promoveu uma live nesta terça-feira (6), com a psicóloga Lucilene Andrade no Instagram do Hospital.

Em aproximadamente 50 minutos, a profissional destacou que a rotina é importante para enfrentar a patologia. “A pandemia gera ansiedade, impossível não sentir. Mas o que podemos fazer é utilizar mecanismos para reduzir esse quadro. Se você está de home office, é importante você levantar, tomar seu café da manhã e se arrumar com uma roupa de trabalho, para se aproximar de como era seu dia a dia antes da COVID-19. Para aqueles que estão parados no momento, ler, meditar, buscar cursos, até mesmo fazer técnica de respiração”, disse. Ela ressaltou que momentos de lazer e entretenimento são fundamentais.

Crianças

Durante o bate-papo, a psicóloga pediu atenção para as crianças. “A conversa tem que ser cuidadosa, conforme a idade. Ela não precisa saber de tudo, mas necessita compreender que é uma doença contagiosa e que temos que nos cuidar”, disse.

Ela ressaltou a rotina para os menores. “O pequeno tem que ter horário para estudar, momento da brincadeira, de convívio. Nem que seja uma atividade mais breve, os pais precisam estar disponíveis para a criança. Videochamadas com os coleguinhas também são viáveis, para ajudar a ficar menos ansiosa e estressada”, afirmou.

Idosos

Para este público, o contato online é fundamental. “Tentar aproximar esse afeto. Presencial é tudo mais caloroso, mas como não é possível, manter esse vínculo é necessário”, frisou.

Cuidado com veículos de comunicação e redes sociais

Lucilene alertou quanto ao bombardeio de informações. “Passar o dia em frente à TV é complicado. Sugiro que as pessoas busquem notícias uma vez ao dia, em jornais, redes sociais. O acúmulo pode levar ao desespero e ao caos emocional. Tudo é equilíbrio. Saber o que está acontecendo também é importante, para que não percamos a sensibilidade no cuidado e das medidas de prevenção”, disse.

Luto

A profissional explicou que a ausência de velório para pacientes confirmados com Coronavírus podem trazer prejuízos. “Os velórios e os sepultamentos presenciais fazem parte de nossa cultura, é um último contato. Quando isso não ocorre, é como se não houvesse despedida. Uma verdade não vivida, impotência, revolta, raiva, da própria situação e pode ser um complicador”, afirmou.
Ela destacou que luto traz tristeza, angústia e raiva. “São sentimentos normais, que precisam ser vivenciados. As pessoas que não possuem reação são as que mais me preocupam. É necessário passar por estas fases para compreender o que houve”, complementou.

Serviço no Hospital

Lucilene contou sobre a Psicologia no Hospital. “Antes da pandemia, nossa atuação era voltada para uma busca ativa de pessoas que precisam de atendimento, solicitação de médicos. Quando surgiu a COVID-19, sabíamos que eles seriam afetados psicologicamente, porque o ser humano é sociável”, disse.
Ela citou a implementação de videochamadas. “No primeiro momento, era quando o paciente voltasse da sedação. Com passar do tempo, também incluímos para antes do assistido ser entubado, porque sabemos do risco do procedimento”, complementou.
Os benefícios são visíveis. “São motivos a mais para as pessoas lutarem. Elas sentem que tem esposa, pais, filhos, irmãos o aguardando, esperando sua recuperação”, finalizou.