Jose Carlos e Ana
A cada dia nos surpreendemos com as notícias de que mais e mais veneno está invadindo nossas mesas através da comida que ingerimos. Mas, ao mesmo tempo, os preços dos orgânicos, produzidos sem agrotóxicos e sem adubos químicos, são bem mais caros, chegando em alguns casos a 300% de diferença. O consumidor fica na encruzilhada: consumir veneno ou gastar além do que é possível?
Para o jornalista José Carlos Pontes “não há razão do orgânico ser mais caro do que os produtos convencionais, onde são utilizados venenos. É que, como se trata de um nicho de mercado, os preços vão às alturas”.
adubo verde mudascompostagem
produção de mudas
Isto está prestes a acabar, ou diminuir bastante, pois cada vez mais há pequenos produtores enveredando para o plantio de orgânicos. E a regra do mercado é clara: quanto mais oferta, menor o preço.
José Carlos Pontes e Ana Rosa Florêncio Vicente, com a apoio de suas filhas Lígia e Carolina, entraram recentemente nesta seara e em breve já terão verduras e legumes para oferecer aos consumidores da região. Eles garantem que os preços serão os mesmos dos produtos convencionais que se compra nos supermercados, talvez com uma pequena diferença.
Uma horta foi montada no sítio Brejo Seco, em Mira Estrela, propriedade de Ana Rosa, que tem basicamente pasto. O projeto teve início em fevereiro com a participação do Senar -Serviço Nacional de Aprendizagem Rural e o Sindicato Rural de Cardoso. Quem está coordenando o projeto é o instrutor do Senar, engenheiro agrônomo, Renato Pulli.
A área reservada é de pouco mais de mil metros quadrados e está sendo plantado alface, rabanete, pepino japonês, rúcula, couve, couve-flor, brócolis, jiló, berinjela, quiabo, maxixe, abóbora italiana, moranga, salsa, cenoura, beterraba, cebolinha, pimenta e melancia.
Tudo está sendo feito de acordo com as normas do Ministério da Agricultura e dentro de 40 dias já deve ser iniciada a colheita de alguns produtos. O local era pasto e depois de tombado foram plantados oito tipos de sementes, como crotalária (duas espécies), feijão guandu, milheto, rabanete forrageiro, aveia, girassol e tremoço. Depois de três meses este material foi incorporado à terra, formando um adubo verde. Depois de feitas as mudas e preparados os canteiros foi jogado compostagem, feita no sítio, e termo fosfato. Nada de produto químico.
Para Ana Rosa “o trabalho é grande e demorado, mas está valendo a pena, pois não dá pra ficar ingerindo veneno. Estamos pensando nas crianças, nos bebês, que agora vão poder se alimentar com comida sem agrotóxico”.
Uma das formas que serão oferecidas será um kit bebê, que terá uma porção de legumes cortados na medida para que as mães possam, sem muito trabalho, alimentar os seus filhos. Vão ter apenas que cozinhar e temperar. E com a tranquilidade de que estarão oferecendo uma alimentação saudável aos bebês.
Além de alguns mercados, a Horta da Estrela oferecerá cestas que serão entregues semanalmente nas casas das pessoas, sem custo de frete. O importante é que os clientes não precisarão fazer os pedidos, pois as cestas terão um número determinado de produtos e serão oferecidos o que tiver de mais fresco na semana. O consumidor poderá avisar com antecedência o que ele não gosta, então este produto não será colocado em sua cesta. Os valores ainda estão sendo definidos, mas a cesta deve ficar por volta de R$ 30,00 e se a pessoa optar pelo pagamento mensal, haverá um desconto.
Em breve o site da Horta da Estrela estará no ar, mas por enquanto as pessoas poderão acompanhar o trabalho que está sendo desenvolvido pela página do Facebook (horta da estrela). Informações podem ser obtidas pelo whatsapp (17) 99655-3871.