O corpo foi achado depois de boiar em um riacho na zona rural de Santo Anastácio/SP, após dois dias de buscas. A suspeita de cometer o crime é a mãe da criança, uma mulher de 24 anos, que está presa.
Izabella Rodrigues da Silva, suspeita de envolvimento na morte do próprio filho, João Pedro Esteves Rodrigues da Silva, de apenas cinco anos de idade, em Santo Anastácio/SP, postava fotos com mensagens de amor e proteção ao menino nas redes sociais. A mãe é investigada pela Polícia Civil pelo crime de homicídio qualificado e foi presa temporariamente na tarde desta quinta-feira (11.ago).
Em uma das publicações feitas por Izabella, no dia 24 de setembro de 2022, a mãe citou um trecho bíblico: “Eis que os filhos são herança do Senhor”. A frase vem acompanhada de uma foto de João Pedro, que posa sorrindo para ela.
Já em outra postagem nas redes sociais, no mesmo ano, Izabella Rodrigues da Silva escreveu: “Que eu tropece mil vezes antes de você cair! Enquanto eu existir, vou te proteger, te amo meu filho”. A frase é seguida de mais uma foto da criança.
O corpo do menino, que estava desaparecido desde a última terça-feira (8), foi encontrado na tarde desta quinta-feira (10), em um riacho conhecido popularmente como Córrego da Figueira, em uma propriedade privada na zona rural de Santo Anastácio.
A criança foi encontrada, depois de o corpo boiar na água, por policiais integrantes das equipes que trabalhavam nas buscas realizadas desde a manhã de quarta-feira (9).
A Polícia Civil trata a mãe, de 24 anos, como suspeita de envolvimento na morte e pediu à Justiça a decretação da prisão temporária da mulher. Por determinação judicial, após a concordância do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP), Izabella foi presa na tarde desta quinta-feira (11) por um prazo inicial de 30 dias, que pode ser prorrogado posteriormente pelo mesmo período, e será encaminhada à Penitenciária Feminina de Tupi Paulista/SP.
O próximo passo das investigações envolve a solicitação da perícia da Polícia Científica no local onde o corpo foi achado e do laudo necroscópico do Instituto Médico Legal (IML) que deverá indicar a causa da morte.
‘Sempre foi meiga e gentil’
Em entrevista ao g1 na tarde desta quinta-feira, uma pessoa próxima à mãe disse que, desde pequena, Izabella da Silva “sempre foi meiga e gentil com todos, até mesmo na escola, com boas notas, além de ser uma ótima amiga”.
“Nunca vi ela brigando com ninguém na escola, na rua ou em rede social, ela sempre foi a ‘paz e amor’ do grupo”, afirmou.
Ela, que não quis ser identificada, ainda contou que a mãe cuidava de João Pedro “como ninguém”.
“Ele sempre estava arrumadinho, bem cuidado, sorridente, acho que nas fotos mesmo do Facebook dela dá para ter uma dimensão do carinho dos dois um pelo outro”, observou.
Quando soube da notícia da morte do menino, a amiga teria ficado arrasada, pois tinha esperanças de encontrá-lo com vida.
“Fiquei sem chão, estava me arrumando porque ia sair com outra amiga nossa para ajudar a procurar por ele, fiquei triste demais porque adoraria que ele fosse encontrado com vida, só com fome e sede, mas bem, podendo falar o que aconteceu e indo para o porto seguro dele novamente, a Belinha”, completou.
Por fim, questionada sobre os problemas psicológicos que Izabella da Silva enfrentava, ela relatou que a amiga, desde mais nova, “tomava remédio para ansiedade e depressão”.
“Mas nunca foi uma depressão ou crise que colocasse ela ou quem estivesse perto em risco. Ela se isolava e ficava triste”, concluiu.
Já uma ex-colega de escola, que também não quis ser identificada, disse que, desde a época em que estudavam juntas, a jovem fazia uso de medicamentos para depressão, no entanto, não aparentava ser uma pessoa violenta.
“Eu fiquei bem em choque, não esperava que ela fosse considerada suspeita, porque eu achei que ela fosse uma pessoa mais introvertida, mais na dela, mas que não fosse tentar algo contra alguém ou coisa do tipo. Ela nunca me pareceu ser uma pessoa agressiva, eu fiquei espantada quando soube”, disse.
Desaparecimento
O desaparecimento de João Pedro ocorreu entre 15h e 16h da última terça-feira (10).
As buscas foram iniciadas por volta das 9h da quarta-feira (9), na Estrada Municipal Antônio Stocco.
Efetivos das polícias Ambiental, Civil e Militar realizaram as buscas junto com o Corpo de Bombeiros. Equipamentos de drones e o Helicóptero Águia da PM também sobrevoaram pelo local para auxiliar na localização do garoto.
De acordo com o capitão João Henrique Papoti, do Corpo de Bombeiros, a mãe do menino mudou algumas vezes as versões dadas ao caso e, em uma delas, disse ter jogado a criança em uma lagoa, local onde as buscas foram concentradas na manhã desta quinta-feira (11).
No dia do desaparecimento, a mulher teria voltado para casa sem roupas e enrolada em um tapete. Ela toma medicamentos para depressão e ansiedade, segundo os bombeiros.
*Com informações do g1
