Pirarucu, nativo da Amazônia, não teve dificuldades para se adaptar às condições locais, mas há um temor de que a espécie possa causar um desequilíbrio ambiental.
O pirarucu é um dos maiores peixes de água doce. Pode passar dos 200 quilos e medir até três metros de comprimento. O gigante dos rios, como é conhecido, se alimenta de peixes, e o apetite voraz tem assustado pescadores do interior de São Paulo.
Ninguém sabe como a espécie amazônica foi parar no Rio Grande, na divisa dos estados de Minas Gerais e São Paulo.
A suspeita é que o rompimento de um tanque de criação de pirarucus há dez anos tenha levado os peixes para o local. E a grande preocupação é com o desequilíbrio ambiental que ele pode causar. Além de se adaptar muito bem por aqui, no rio não existe um predador para ele.
O pesquisador da Universidade Federal do Paraná, Jean Vitule, salientou que em entrevista ao g1 que a adaptação do pirarucu na região deve trazer um “impacto alto” e explicou: “Simplesmente, por serem indivíduos que alcançam um porte muito elevado e em curto período de tempo, então, assim, em poucos anos ele está com 1 metro de comprimento e a biomassa duplica o tamanho. E para isso, cada indivíduo precisa consumir uma quantidade muito grande de recursos da comunidade de espécies que ele tem ali no entorno.”
A facilidade em se adaptar na região se dá também por outro motivo que segundo o pesquisador é altamente contributivo a espécie, as águas com temperaturas mais quentes e de correntezas fracas.
As comprovações da presença do gigante nativo da Amazônia na região são constantes, como um fisgado no início do ano no Rio Turvo, em Cardoso/SP, com 115kg; além de outro fisgado nas águas da represa do Parque da Cultura em Votuporanga no final do ano passado.