Dra. Virginia Madeira de Carvalho falou sobre a doença e deu dicas de como evitar. Em Votuporanga, desde janeiro foram registrados aproximadamente 2 mil casos, ultrapassando todo o ano passado.
Os olhos ficam vermelhos, coçam, lacrimejam. As pálpebras incham. Parece que entraram ciscos nos olhos. A luz passa a incomodar. Quem nunca passou por esse incômodo?
Os sintomas são de uma das doenças oculares mais comuns: a conjuntivite – inflamação da conjuntiva, membrana fina e transparente que recobre a parte da frente dos olhos e o interior das pálpebras, responsável por proteger e lubrificar esse órgão tão delicado.
De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, somente neste ano foram registrados aproximadamente dois mil casos em Votuporanga, ultrapassando todo o ano passado. Para entender melhor essa condição, conversamos com a Dra. Virginia Madeira de Carvalho, oftalmologista do SanSaúde, que nos forneceu informações valiosas sobre causas, sintomas e tratamento da conjuntivite.
O que é conjuntivite?
Conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, que é a membrana mucosa que recobre a parte branca do olho e interna das pálpebras. Pode ser alérgica, infecciosa ou química. “As mais comuns são as alérgicas (especialmente em crianças) e infecciosas. Necessitam de avaliação de oftalmologista e de tratamento com colírio”, explicou.
Dra. Virginia explicou que a transmissão pode ocorrer através do contato direto com as secreções oculares de outra pessoa com conjuntivite ou por meio de mãos ou objetos contaminados com os olhos.
Sintomas
A Dra. Virginia destacou que os sintomas da conjuntivite podem variar de acordo com a causa, mas geralmente incluem:
– Vermelhidão nos olhos.
– Coceira ou sensação de areia nos olhos.
– Lacrimejamento excessivo.
– Secreção ocular (mucosa, aquosa ou purulenta).
– Fotofobia (sensibilidade à luz).
– Inchaço das pálpebras.
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico, comprovado pelo exame oftalmológico. “A pessoa contaminada precisa estar atenta a algumas recomendações como não coçar os olhos; lavar as mãos várias vezes ao dia ou sempre que colocar a mão no rosto; não frequentar piscinas ou praias; não compartilhar maquiagens e utilizar óculos de sol”, disse.
Tratamento
A profissional orientou que o ideal é consultar um oftalmologista, pois cada tipo da doença deve ser tratado de maneira diferente, apesar dos sintomas serem semelhantes. “O tratamento inadequado é muito perigoso e vale destacar que o uso de alguns colírios que proporcionam alívio dos sintomas pode causar catarata e glaucoma. Por isso, o uso de todo medicamento deve ser monitorado pelo médico”, frisou.
Ela frisou que, normalmente, evoluem bem com tratamento. “Porém podem ocasionar cicatrizes internas que podem diminuir a acuidade visual”, alertou.
Cuidados simples
Pequenas atitudes tomadas no dia-a-dia, quando se está com a doença, evitam o contágio.
• Lave sempre o rosto e as mãos;
• Não compartilhe toalhas e troque-as com frequência, se possível utilize toalhas de papel;
• Ao usar pomadas e colírios, também higienize as mãos;
• Não compartilhe maquiagens, esponjas ou qualquer produto de beleza;
• Evite coçar os olhos;
• Não fique em aglomerações nas piscinas – há grande chance de transmitir às outras pessoas;
• Não fique exposto a agentes químicos.
• Caso o problema realmente seja a conjuntivite, troque as lentes de contato por óculos até estar curado, pois é um corpo estranho.
Em todos os casos, são indicados colírios, compressas frias, uso de água gelada para aliviar a coceira. Tudo isso sempre com acompanhamento médico.
Uma boa dica é o uso de óculos escuros, que ajudam no caso de incômodo com a luz. Normalmente, o desconforto dura até duas semanas.
Prevenção
As medidas preventivas são: lavar as mãos antes e após a manipulação dos olhos, separar objetos de uso pessoal, evitar cumprimentos com as mãos, beijos em pessoas contaminadas, usar lenços de papel descartáveis. “Também devem suspender uso de lentes de contato e maquiagem. Para evitar o contágio, recomenda-se sempre lavar as mãos com água e sabão e, se não for possível, usar álcool em gel, e não coçar ou levar as mãos em contato com os olhos”, finalizou.