O que é meningite? A neurologista Juliana Akita explica a patologia

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Neurologista, Dra. Juliana Akita - Foto: Reprodução

A meningite precisa de diagnóstico rápido para não causar sequelas. A vacinação é a forma mais eficiente de prevenção.


A meningite é uma inflamação das meninges, que são membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Em geral, a transmissão é semelhante à de uma gripe, ocorrendo de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. Também pode acontecer através de água e alimentos contaminados e contato com fezes de doentes.

A patologia precisa de diagnóstico rápido para não causar sequelas. O SanSaúde conversou com a médica neurologista Dra. Juliana Akita, para falar um pouco mais sobre o assunto.

Sintomas

Dra. Juliana explicou que os sintomas são principalmente: febre, dor de cabeça e rigidez no pescoço. “São muito semelhantes aos da gripe comum e podem se desenvolver durante horas ou alguns dias”, disse.

Tipos

A médica afirmou que o principal tipo é viral e que quando o paciente apresenta sistema imunológico bom, costuma ser mais brando e melhorar espontaneamente. “Já a bacteriana, em geral, é mais grave, contudo, têm vacinas disponíveis para alguns tipos”, adiantou.

Nos pacientes com sistema imunológico comprometido, a meningite pode ocorrer por fungos e parasitas. Em casos raros, doenças autoimunes (“reumatismos”) podem também ser causas de meningite.

Fatores de risco

São fatores de risco: não ter tomado vacina para meningite; crianças; gravidez; sistema imunológico comprometido (HIV, ao abuso de álcool, diabetes, uso de medicamentos imunossupressores, principalmente) e pacientes que tiveram o baço removido.

Tratamento

Pessoas com suspeita da doença são submetidas a exames específicos para verificar se a condição é resultado de uma infecção viral, bacteriana ou outra causa.  “De maneira geral, a meningite bacteriana precisa ser tratada no hospital nos primeiros dias com antibióticos e corticoides. Já a viral, costuma melhorar apenas com medicações sintomáticas e pode ser tratada em casa. Ambos os casos, demandam repouso e hidratação”, ressaltou a médica.

Sequelas

As sequelas ocorrem principalmente nos casos graves ou que não receberam tratamento imediato. São elas: convulsões, dificuldades de memória, perda de audição, problemas de aprendizagem, dificuldade para andar e até a morte.

Prevenção

Entretanto, a neurologista destacou que existe prevenção. “A meningite é contagiosa, como uma gripe. Prevenir inclui tomar cuidado com contato com tosse, espirro, beijo, compartilhamento de talheres, escova de dentes ou cigarro. É necessário lavar bem as mãos antes de comer e após usar o banheiro, após frequentar locais públicos e manter o sistema imunológico fortalecido”, disse.

Além disso, é fundamental estar saudável: descansar, fazer exercícios regularmente, dieta saudável, “cobrir a boca com papel descartável ao espirrar ou tossir e, muito importante, tomar todas as vacinas indicadas”, complementou.

Vacinação

A vacinação é a forma mais eficiente para prevenir a meningite. A vacina faz parte do Calendário Nacional de Vacinação, sendo indicadas duas doses, aos 3 e aos 5 meses de idade e um reforço aos 12 meses de idade. “Como só começou a ser oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2010, crianças nascidas antes desse ano também podem se imunizar. De forma excepcional, até junho de 2023, a vacina meningocócica ACWY está disponível pelo SUS para adolescentes de 11 a 14 anos. Outras doses contra outros tipos de meningite podem ser encontradas em clínicas privadas”, concluiu.