Segundo a ONS, operação em hidrelétricas com valores inferiores a 10% requer atenção; mesmo com nível baixo, não há previsão para suspensão dos trabalhos na usina.
O nível do reservatório da Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira/SP caiu para 1,45% da capacidade, de acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) nesta segunda-feira (13). Apesar do baixo nível, não há previsão para que as operações sejam suspensas na unidade.
A usina, construída no Rio Paraná, é a maior do Estado de São Paulo e a terceira maior em operação do Brasil, segundo. De acordo com a empresa CTG Brasil, responsável pelas operações da usina, a potência instalada é de 3.444 megawatts, com 20 unidades geradoras. A barragem tem 5.605 metros de comprimento, com reservatório de 1.195 quilômetros quadrados de extensão.
Segundo o ONS, a operação de hidrelétricas com nível de armazenamento em torno de 10% é tecnicamente viável e com valores inferiores a 10% requer atenção, como solicitações mecânicas a que as máquinas são submetidas.
No mesmo período do ano passado, o nível do reservatório da hidrelétrica de Ilha Solteira estava em 65%. Já em agosto deste ano, o nível estava em 36%. No começo deste mês, caiu para 10%.
Mais situação crítica
Na Usina Hidrelétrica de Três Irmãos, em Pereira Barreto/SP, também no noroeste paulista, a situação não é diferente. O nível da usina é crítico, com 6,17% da capacidade.
Em agosto deste ano, o índice de armazenamento era de 39%. No ano passado, no mesmo período, o nível da represa estava em 62%.
A usina possui 05 (cinco) Unidades Geradoras x 161,5 MW, com uma Potência Instalada total de 807,5 MW.
A unidade de Três Irmãos foi instalada na bacia do rio Tietê, a 28 quilômetros da foz, em Pereira Barreto. A potência instalada da usina é de 807,5 megawatts, com cinco unidades Geradoras.
As usinas de Ilha Solteira e de Três Irmãos fazem parte do principal conjunto de hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, que concentram 70% de toda a água armazenada no país.
Para os especialistas, os baixos níveis de armazenamento das usinas do noroeste paulista são preocupantes e há risco de apagão.
“Vários especialistas têm se manifestado que nós devemos passar setembro, outubro e até mesmo novembro com uma atenção muito forte para evitar a ocorrência desses apagões. É possível que a partir de novembro, com o início da estação chuvosa, tenha uma melhoria da situação dos reservatórios, mas vai com certeza depender das condições do verão”, explica Luiz Barata Ferreira, consultor do Instituto Clima e Sociedade.
*Informações/G1