Dr. Luís Guilherme Ronchi detalhou os sintomas, fatores de risco e também o tratamento.
O AVC (Acidente Vascular Cerebral), popularmente conhecido como derrame, está entre as principais causas de morte no mundo. Para se ter uma ideia, a Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que uma em cada seis pessoas terá o problema ao longo da vida.
A patologia é de grande importância, mas mesmo assim pouca gente o conhece e sabe identificar seus sintomas, prestar socorro ou tem ideia de como é seu tratamento. Por isso, convidamos o neurologista do SanSaúde, Dr. Luís Guilherme Ronchi, que deu detalhes da patologia.
O que é um AVC?
O Acidente Vascular Cerebral é o acometimento de um vaso sanguíneo do cérebro. “Ele pode ser isquêmico, que ocorre quando um desses vasos oclui, ou do tipo hemorrágico, quando o vaso rompe. É uma das principais causas de incapacidade e morte no mundo”, explicou.
Quais os sintomas?
Dr. Luís Guilherme ressaltou que a característica mais importante para se suspeitar de um AVC é o modo de início dos sintomas que é súbito (“do nada”). “Deve-se suspeitar também quando a pessoa foi dormir sem sentir nada de anormal e acorda com algum sintoma. Os sinais podem ser os mais variados, mas os mais importantes são: dificuldade para falar, para andar, para movimentar os braços e a “boca que entortou”. É muito importante que a pessoa procure a ajuda de um profissional de saúde o quanto antes caso note algum sintoma diferente”, ressaltou.
Como é feito o diagnóstico?
A suspeita de um AVC é confirmada por um profissional de saúde. “O paciente é submetido a um exame de imagem (tomografia computadorizada de crânio) para definir qual o tipo do AVC que ocorreu, ou seja, se foi isquêmico ou hemorrágico”, explicou o neurologista.
Fatores de risco
Os principais fatores de risco são Hipertensão arterial, Diabetes, aumento de colesterol, doenças cardíacas como arritmias e hábitos de vida como etilismo e o tabagismo. “O controle adequado dessas doenças é fundamental para que a pessoa diminua a chance de sofrer um AVC durante a sua vida!”, ressaltou.
Ele frisou que a melhor forma e mais eficaz de prevenir um AVC é cuidar bem da sua saúde. “Tratar corretamente suas comorbidades como a hipertensão arterial e o diabetes é fundamental. Estas doenças podem não ser tão sintomáticas no dia a dia, porém o AVC é uma consequência séria (e muito comum!) que pode deixar sequelas graves e levar à morte. Existem também alguns medicamentos que fazem a prevenção secundária, ou seja, diminuem a chance de ocorrer um segundo Acidente Vascular Cerebral”, complementou.
Tratamento
O neurologista contou que os tratamentos são diferentes para cada tipo de Acidente Vascular Cerebral. “Para o AVC hemorrágico, pode ser necessária uma abordagem cirúrgica que é definida pela avaliação da equipe médica (neurologista ou neurocirurgião)”, disse.
Já para isquêmico, existe a possibilidade de um medicamento chamado trombolítico. “Este remédio pode dissolver o coágulo sanguíneo da artéria, entretanto para o uso correto existem vários fatores que são levados em conta como: tempo do início dos sintomas até a chegada ao hospital, gravidade do AVC, idade entre outros. A equipe de Neurologia da Santa Casa está trabalhando para implementação do protocolo do uso de trombolítico que exige o empenho de vários profissionais da equipe de saúde de todo o município”, finalizou.