Mulher que viu marido, filho e neto se afogarem no Rio Grande diz que parentes morreram tentando salvar criança: ‘Aconteceu muito rápido’ 

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Gilsonei, Pablo Ruan, Gilson e Kaique morreram afogados no Rio Grande; velório deve acontecer em Ribeirão Bonito — Foto: Reprodução/Integração e Facebook

Gilson Alves Ramos, de 60 anos, Gilsonei de Santana Ramos, de 33, Pablo Ruan Ramos Silva, de 12, e Kaique Eduardo Maximiano Estrela da Silva, de 9, desapareceram no último sábado (25). Eles nadavam no Rio Grande, entre Iturama/MG e Ouroeste/SP.


Uma parente das vítimas que morreram afogadas no Rio Grande, entre Iturama/MG e Ouroeste/SP, contou que “tudo aconteceu de uma forma muito rápida”. A feirante Soneide de Santana Ramos, de 51 anos, era esposa, mãe e avó de três das vítimas, e viu quando elas se afogaram ao tentar salvar uma criança, enteada da filha dela.

Gilson Alves Ramos, de 60 anos, Gilsonei de Santana Ramos, de 33, Pablo Ruan Ramos Silva, de 12, e Kaique Eduardo Maximiano Estrela da Silva, de 9, se afogaram na noite de Natal, sábado (25). 

Equipes dos bombeiros foram chamadas e começaram a fazer buscas pelas vítimas. O corpo de Gilsonei foi encontrado no domingo (26); os de Gilson e Pablo Ruan na segunda (27); e o de Kaique na madrugada desta terça-feira (28).

Moradora de Ouroeste, Soneide Ramos relatou que a família chegou ao Rio Grande por volta das 16h do último sábado. Ela é mulher de Gilson, mãe de Gilsonei e avó de Pablo Ruan. Kaique era enteado de uma das filhas da feirante.

“O rio estava bem vazio, mas, de uma hora para outra, começou a chegar muita água. Eu, minhas três filhas, meu esposo e meu filho conseguimos sair da água. Meu genro estava bem atrás, com o filho, mas não deu tempo de sair. Nós escutamos um grito de socorro e vimos uma mão”, relatou. 

Após perceberem que a criança e o homem estavam se afogando, o marido, o filho e o neto de Soneide entraram na água para tentar socorrê-los. 

“Todos sabiam nadar, mas não tiveram a mesma sorte. O pai do menino conseguiu sair bem longe e reapareceu. Nós ligamos na hora para os bombeiros. Foi uma tragédia muito grande. Nossa família é inteira evangélica. Não tinha bebida, não tinha nada, era um momento em família que terminou em uma tragédia”, disse a feirante. 

Os corpos das vítimas foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Fernandópolis/SP. Em seguida, transladados para Ribeirão Bonito/SP, onde o enterro será realizado nesta terça-feira. 

“Aconteceu tudo de uma forma muito rápida. Não deu tempo para o enteado da minha menina se salvar. Os outros faleceram porque foram tentar socorrê-lo. Eles foram heróis”, lamentou Soneide. 

Área de risco 

Mariano de Oliveira, sargento do Corpo de Bombeiros de Iturama, explicou que a região do rio onde a família estava oferecia risco. 

“Quando o rio baixa muito igual está neste momento, ele cria uma praia aparentemente segura, rasa, mas devido a chegar demais próximo ao leito do rio, ele tem tipo um penhasco ali onde começa o leito do rio”, disse.

Apesar do desaparecimento da família ter ocorrido do lado mineiro do Rio Grande, as investigações serão conduzidas pela Polícia Civil de Ouroeste. 

“O afogamento, a priori, aconteceu no Estado de Minas Gerais, mas como o corpo foi encontrado do lado de São Paulo nós vamos assumir a investigação”, complementou o delegado Thiago de Freitas Silveira Neto. 

*Informações/g1