“Mil Jeitos de Tocar o Coração”: Um espetáculo ao Amor e à Resiliência

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Hoje, sábado (01/06) acontece um espetáculo que promete tocar os corações mais profundos, “Mil Jeitos de Tocar o Coração” surge como uma celebração do amor e uma reflexão sobre as diversas formas de amar em um mundo em constante transformação. Idealizado, coreografado e dirigido por Lucas Rodrigues, renomado coreógrafo, bailarino e ex-integrante da Cia. Paulista de Dança, o espetáculo traz consigo uma mensagem poderosa: o amor persiste, apesar das adversidades.
Composto por oito números de dança contemporânea, que alternam entre conjuntos, solos e um duo, o espetáculo é interpretado por um elenco de 15 bailarinos talentosos. As performances são habilmente entremeadas por falas que exploram as múltiplas facetas do amor, desde suas alegrias até suas lutas.
A obra surge em contraponto à visão contemporânea que muitas vezes retrata os laços humanos como frágeis e efêmeros, conforme discutido por Zygmut Bauman em sua tese “Sociedade Líquida”. Nesse sentido, “Mil Jeitos de Tocar o Coração” busca reafirmar a presença contínua do amor nas relações humanas, apresentando uma visão renovada e multifacetada desse sentimento tão fundamental.
Em entrevista para o jornal Diário de Votuporanga Lucas Rodrigues que é professor e coreógrafo falou sobre o espetáculo, acompanhe:
DV: Como surgiu a ideia de criar o espetáculo “Mil jeitos de Tocar o Coração”?
“A idéia do projeto surgiu a partir de discussões sobre a não existência do amor na atualidade, e em pautas atuais no plenário brasileiro,  que visa suspender o direito da comunidade LGBTQIAPN+ de se casar no civil, uma discussão que assola a atualidade e que deve ser debatida, e para além disso, compreender que o amor é lindo, livre e deve ser celebrado o direito dessa comunidade e de tantas outras, em um espetáculo humanizado e diverso.”
DV: Qual é a mensagem principal que vocês querem transmitir através da dança e do amor?
“Primeiramente de que sim, existe amor na atualidade e existe muita luta para praticar o amor, e entender que não existem moldes para encaixar as relações interpessoais. Obviamente não buscamos impor nem uma verdade com este espetáculo, mas trazer um questionamento sobre como o amor é visto e o que isso desencadeia nas relações.”
DV: Como foi o processo de criação das 08 coreografias e das trilhas sonoras?
“O enredo que liga as coreografias foi pensado de uma maneira que fosse de fácil entendimento para quem assistir, com textos criados por mim e por uma amiga artista, Catarina Aukar. A partir desses textos, ficou fácil de ligar os pontos, encontrar músicas que abraçassem a proposta. Da parte coreográfica foi fluindo, acho que se não tivesse o apoio e a confiança dos meus bailarinos, não seria tão fluido como foi, obviamente a dança demanda do nosso corpo como nenhuma outra atividade física, mas com muito amor, a gente construiu tudo juntos!”
DV: Existiu alguma inspiração específica para desenvolver o espetáculo?
“Sim! Todas as partes do espetáculo têm alguma inspiração da minha vida pessoal, têm inspiração do amor da minha mãe, de alguns amores que passaram na minha vida, paixões que talvez tenham deixado alguma marca. Acho que o espetáculo vem de um lugar bastante empírico da minha parte e da dos bailarinos também.”
DV: Como esperam que o público se sinta ao assistir as apresentações?
“Nos nossos ensaios, me sinto as vezes com o coração quente, e as vezes vejo alguns dos intérpretes assim também. Acho que no fim das contas é essa mesma sensação que queremos passar para o público, de coração quentinho heheh!”
DV: Qual é o papel da dança na expressão do amor e das lutas vivenciadas pelos personagens nesse espetáculo?
“O papel da dança, da arte em si, é de refúgio, de se sentir à vontade, de se sentir incluído. Para além da técnica que estudamos todos os dias, há uma pessoa trazendo sua bagagem, seus anseios, traumas, isso tudo torna VIVO o ato!”
DV: Existe alguma história ou experiência pessoal que influenciou diretamente na concepção do espetáculo?
“A música tema que encerra o espetáculo, é uma música dedicada de um antigo namorado que dizia que amava me ver vivendo, amava me ver amando. Na época, eu não compreendia a magnitude de amar alguém por ela ser quem é. Acho que essa experiência me ensinou algumas coisas valiosas para o resto da minha vida.”
A relevância e impacto do espetáculo foram reconhecidos com a seleção para apoio no Edital da Lei Paulo Gustavo em 2023, através da Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal de Votuporanga. Em um gesto de solidariedade, a única apresentação está marcada para este sábado, dia 1º de junho às 19:00h no Centro de Convenções. A entrada é gratuita, solicitando-se apenas a doação de 1 kg de alimento não perecível para auxiliar os atingidos pelas enchentes do Rio Grande do Sul.
“Mil Jeitos de Tocar o Coração” promete ser uma experiência única e profundamente emocionante, repleta de beleza artística e significado humano. Este é um convite para todos aqueles que desejam se deixar envolver pela magia da dança e pelas infinitas nuances do amor.
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@lucasrodrigues.dance
@mil.jeitos
(Andrea Anciaes)