Mês da mulher: síndrome de ovários policísticos (SOP)

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Foto: Imani Bahati/Unsplash

Manter um estilo de vida saudável é um fator importante no tratamento da enfermidade.


A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é classificada como a endocrinopatia feminina mais comum, afetando até 15% a 18% das mulheres em idade reprodutiva. A Sociedade Europeia de Reprodução Humana e a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva definiriam, de forma mais atualizada, que a SOP é um grupo heterogêneo com diferentes fenótipos, com grandes desafios para o seu tratamento.

Alguns estudos científicos mostraram que níveis hormonais mais altos, composição do microbioma intestinal e metabolômica do plasma são novos parâmetros relacionados aos fenótipos da SOP. A liberação de hormônios é regulada por uma rede de neurônios interconectados que desenvolvem sintomas comuns da SOP. Outro ponto importante é em relação aos níveis de insulina que, direta e indiretamente, afetam a patogênese da SOP, pois atua sinergicamente com o hormônio luteinizante, aumentando a produção de andrógenos e diminuindo a síntese hepática da principal proteína de ligação da testosterona (SHBG), o que resulta na circulação da testosterona na forma ativa e não ligada.

O excesso de gordura corporal também está envolvido no desenvolvimento da SOP, pois as células do tecido adiposo (adipócitos) produzem hormônios peptídicos chamado de resistina e leptina, além de algumas citocinas inflamatórias.

Nutrição e SOP

A mudança de estilo de vida é a primeira parte de tratamento para o manejo de mulheres com a síndrome, mas não é uma alternativa ao seu tratamento farmacológico, que deve ser em conjunto para potencializar os efeitos.

Atividade física regular, manter o peso corporal adequado, seguir padrões alimentares saudáveis e evitar o uso de tabaco é vital na prevenção e tratamento de distúrbios metabólicos, relacionados às alterações glicêmicas e outras que interferem na saúde e qualidade de vida da mulher. Estudos mostram que um padrão alimentar de baixo índice glicêmico (LGI) pode diminuir a resistência à insulina (HOMA-IR), insulina em jejum, colesterol total e lipoproteína de baixa densidade (LDL, circunferência da cintura e testosterona total em comparação com dietas de alto IG (HGI). Por isso, é uma intervenção essencial no tratamento de mulheres com SOP.

Outro ponto que merece atenção por aparecer nos estudos é quanto ao efeito do óleo de linhaça, rico em ácido α-linolênico na dieta, que exerceu efeitos benéficos na síndrome dos ovários policísticos através do mecanismo de ação no eixo hormônios esteroides sexuais-microbiota-inflamação.