Dra. Sabrina Saraiva Mangolin, hematologista, esclareceu alguns pontos importantes sobre a patologia.
Na última quarta-feira (17.abr), foi comemorado o Dia Mundial da Hemofilia, uma oportunidade para aumentar a conscientização sobre essa condição complexa e muitas vezes incompreendida. O SanSaúde conversou com Dra. Sabrina Saraiva Mangolin, hematologista, para esclarecer alguns pontos importantes sobre a patologia.
Entendendo a hemofilia: sangramento e tendências espontâneas
A hemofilia é uma condição genética rara, caracterizada pela deficiência ou ausência de certos fatores de coagulação do sangue. Trata-se de um distúrbio da coagulação do sangue, caracterizado por uma tendência aumentada a sangramentos, especialmente os espontâneos, ou seja, sem relação direta com traumas óbvios. “Esses sangramentos podem ser profundos e difíceis de controlar, especialmente em áreas como articulações, o que pode resultar em complicações significativas, especialmente em idosos”, disse a especialista.
Sintomas
Os pacientes com hemofilia enfrentam desafios únicos devido à sua tendência aumentada a sangramentos. Dra. Sabrina explicou que os sintomas podem variar de leves a graves e podem incluir:
– Sangramento prolongado após cortes ou ferimentos.
– Sangramentos espontâneos, especialmente nas articulações, músculos ou órgãos internos.
– Hematomas frequentes e de difícil controle.
Esses sintomas podem ter um impacto significativo na qualidade de vida do paciente e requerem cuidados médicos especializados.
Diagnóstico e suspeita
A suspeita de hemofilia surge geralmente na infância, quando há episódios frequentes de sangramento inexplicado. O diagnóstico é confirmado por meio de exames laboratoriais, como o coagulograma, que avalia a capacidade de coagulação do sangue, e avaliações específicas para identificar a deficiência ou ausência dos fatores de coagulação necessários.
Aspectos genéticos e hereditariedade
É importante destacar que a hemofilia é uma doença ligada ao cromossomo X. “Isso significa que as mulheres podem ser portadoras assintomáticas da alteração genética, enquanto os homens são mais propensos a manifestar os sintomas clínicos de sangramento”, frisou.
Tratamento e qualidade de vida
Embora a hemofilia não tenha cura, a Dra. Sabrina enfatiza que os avanços no tratamento oferecem opções que melhoram significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Centros de referência especializados oferecem terapias de reabilitação, como fisioterapia, e medicamentos que ajudam a controlar os sintomas e reduzir o risco de sangramento. Embora haja sempre um risco residual de sangramento, os pacientes podem levar uma vida próxima do normal com o devido acompanhamento médico e tratamento adequado.
Conscientização e combate ao preconceito
Um aspecto crucial no enfrentamento da hemofilia é combater o preconceito e promover o acesso ao tratamento precoce e eficaz. A conscientização sobre a condição e seus desafios é fundamental para garantir que os pacientes recebam o suporte necessário para gerenciar sua saúde de forma eficaz.
Através da educação e do entendimento, podemos oferecer um ambiente mais inclusivo e solidário para aqueles que vivem com hemofilia e suas famílias.