Marcão Braz sai em defesa de Jorge Seba após Cabo Renato Abdala citar ‘meninas do job’ 

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Marcão Braz sai em defesa de Jorge Seba após Cabo Renato Abdala citar ‘meninas do job’ - Foto: Reprodução

O vereador da base afirmou que o colega da oposição imputou crime ao chefe do Executivo: “Ficou claro e nítido na noite de hoje, que o senhor prefeito Jorge Seba foi acusado de favorecimento a prostituição. Ele foi acusado. E, mais uma vez, sabe o que vai acontecer? Nada”. “É uma pena. É muito triste isso. Confesso que vou dormir muito chateado, se conseguir dormir. Porque tais atitudes como essa deveriam ser banidas”, afirmou.


Jorge Honorio
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A análise do veto total ao projeto de lei da classificação indicativa para eventos em Votuporanga/SP, realizada na 31ª sessão ordinária da Câmara Municipal, nesta segunda-feira (8.set), acabou reabrindo antigas ‘feridas’ no parlamento. Em um dos casos, o vereador Marcão Braz (PP), integrante da base da gestão Jorge Seba (PSD)/Luiz Torrinha (PL), saiu em defesa do chefe do Executivo e desabafou pedindo punição ao colega Cabo Renato Abdala (PRD), declaradamente de oposição, fazer uma fala citando ‘meninas do job’, para se referir a casa de prostituição.

Durante uma defesa do pedido de vista, na tribuna da Câmara, Cabo Renato Abdala criticou o veto: “Para um prefeito que autoriza a abertura de CNPJ, para as meninas do job, para não falar outro nome, para as tilangas, para as profissionais do sexo em casa do lado de residência familiar, no perímetro urbano. Vou esperar o quê? Tem amigo do prefeito questionando ele. E eu vou mostrar filmagem de carro oficial da região frequentando essas casas. Eu vou mostrar.”

Ao final da sessão, Marcão Braz, que vinha mantendo-se, pelo menos publicamente, fora de conflitos, foi à tribuna e desabafou: “Eu tinha prometido para minha mãe, para meu pai, que eu não ia mais brigar com ninguém. Mas, em algumas situações, é difícil de ir embora e de engolir. Eu quero dizer para vocês o que diz o Artigo 228 do Código Penal. O que é crime? Favorecimento da prostituição ou exploração sexual. Então, induzir, atrair, facilitar ou impedir que alguém abandone a prostituição é crime, com pena de dois a cinco anos de reclusão e multa. Ficou claro e nítido na noite de hoje, que o senhor prefeito Jorge Seba foi acusado de favorecimento da prostituição. Ele foi acusado. E, mais uma vez, sabe o que vai acontecer? Nada. Nada. Infelizmente, nada vai acontecer.”

“O Artigo 138 do Código Penal diz que caluniar alguém imputando-lhe falsamente, fato definido como crime, pena seis meses a dois anos de detenção e multa. Então, eu posso vir aqui, eu posso falar que fulano, ciclano, beltrano está fazendo um crime, e nada vai acontecer. É uma pena, Jorge Seba. É uma pena que o teu setor jurídico não vá fazer nada. É uma pena. Porque quem está perdendo aqui somos nós”, emendou Marcão Braz.  

“Porque cada dia, com esse tipo de atitude, nós vamos ficando mais desacreditados. Mais uma vez, a gente vai usar essa tribuna para ficar imputando o crime para as pessoas. E nós não fazemos nada. Nada. Nada. Isso é vergonhoso. E aí, vão para as redes sociais, transformam tudo de um jeito que, mais uma vez e sempre, quer colocar a população contra a gente, quer ficar causando intrigas aqui, quer ficar falando: se você não vota do jeito que eu quero, você é meu inimigo. E nada acontece. É uma pena. É muito triste isso. Confesso que vou dormir muito chateado, se conseguir dormir. Porque tais atitudes como essa deveriam ser banidas”, salienta o vereador.

Em seguida, Marcão Braz sugere que o prefeito de Votuporanga reveja o caso: “O senhor tinha que rever isso. Porque não podemos deixar imputações a crime, deixar que sejam passadas de forma batida. E nada é feito. Porque cada dia a mais vão dando forças para que atitudes iguais a essa continuem nessa Casa. E nós precisamos eliminar esse tipo de ação. Que não traz benefício nenhum para a população. Não traz benefício nenhum para os senhores vereadores. Não traz benefício para ninguém. E não vejo ninguém aqui, sabe, ninguém aqui ficando revoltado com isso. Onde já se viu, cada um aqui vota segundo a sua consciência, segundo o seu eleitorado. do seu eleitorado. Agora eu pego e imputo o crime às pessoas, eu transtorno isso daqui, eu quero fazer disso daqui uma baderna. Aqui é a Casa do Povo, nós precisamos ter mais respeito e tratar a população com mais respeito. E não apenas com falácias, palavras, como eu adoro falar, prosopopeias flácidas para acalentar bovinos. Conversa mole para boi dormir. Nós temos que mudar a nossa ação, nós temos que começar dando respeito para exigir respeito. Então o dia de hoje, mais uma vez, é muito triste e lamentável”, concluiu o vereador.