Maio Vermelho chama atenção para o câncer de boca

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Médica do Ambulatório de Oncologia da Santa Casa de Votuporanga, Dra. Julia Cordeiro - Foto: Reprodução

Médica do Ambulatório de Oncologia da Santa Casa de Votuporanga, Dra. Julia Cordeiro, explicou os sintomas e o tratamento.


O mês de maio chama atenção para um tema importante, o câncer de boca. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), é mais comum em homens (especialmente com idade acima dos 40 anos), em uma proporção aproximada de três homens para cada mulher com a enfermidade.

Estima-se que ocorreram 11.180 casos novos da doença em homens e 4.010 em mulheres para cada ano do triênio 2020-2022. Com o objetivo de informar sobre a doença e conscientizar a população sobre a importância das medidas de prevenção, ocorre a campanha Maio Vermelho.

A médica do Ambulatório de Oncologia da Santa Casa de Votuporanga, Dra. Julia Cordeiro, explicou que o câncer de boca é um tumor maligno que afeta lábios e estruturas da boca, como gengivas, bochechas, céu da boca, língua (principalmente as bordas) e a região inferior. A parte posterior da língua, as amígdalas e o palato fibroso fazem parte da região chamada orofaringe e seus tumores têm comportamento diferente do câncer de cavidade oral.

Fatores de risco

Dra. Julia ressaltou que os fatores de risco da patologia são: tabagismo, bebidas alcoólicas, sobrepeso e obesidade, além de Infecção pelo vírus HPV. “A exposição ao sol sem proteção também representa risco importante para o câncer de lábios”, disse.

Sintomas

A oncologista chamou a atenção para lesões (feridas) na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 15 dias, que podem apresentar sangramentos e estejam crescendo. “Manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, céu da boca ou bochechas, nódulos (caroços) no pescoço e rouquidão persistente também são sintomas”, alertou.

Nos casos mais graves observa-se: dificuldade de mastigação e de engolir; na fala; para movimentar a língua e sensação de que há algo preso na garganta. “Fique atento a esses sinais e a mudanças na coloração ou aspecto da sua boca. No caso de anormalidades, procure um profissional de saúde. Uma vez diante de uma lesão suspeita, a biópsia (exame de um fragmento da lesão) deve ser realizada, e o paciente encaminhado a médico especializado”, frisou.

Diagnóstico

O diagnóstico do câncer de cavidade oral normalmente pode ser feito com o exame clínico (visual), mas a confirmação depende da biópsia. Esse procedimento, na grande maioria das vezes, pode ser feito de forma ambulatorial, com anestesia local, por um profissional treinado. Alguns exames de imagem, como a tomografia computadorizada, também auxiliam no diagnóstico, e, principalmente, ajudam a avaliar a extensão do tumor.

Tratamento

Após o diagnóstico e estadiamento do câncer, o médico discutirá com o paciente as opções de tratamento. É importante ter tempo e poder avaliar todas as possibilidades terapêuticas. “A decisão por determinado tipo de tratamento leva em conta o estado de saúde geral do paciente, o tipo de tumor, as chances de cura da doença, e do eventual impacto do tratamento sobre importantes funções como fala, mastigação e deglutição”, afirmou Dra. Julia.

As principais opções de tratamento para o câncer de boca e orofaringe são cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia alvo, imunoterapia e tratamento paliativo, que podem ser realizados isoladamente ou em combinação, dependendo do estágio e da localização do tumor. Em geral, a cirurgia é o primeiro tratamento para o câncer de boca e pode ser seguido por radioterapia ou quimioterapia, que podem ser administradas de forma isolada ou combinadas. Os cânceres de orofaringe são geralmente tratados com uma combinação de quimioterapia e radioterapia.

Prevenção

– Não fumar

– Evitar o consumo de bebidas alcoólicas

– Manter o peso corporal adequado

– Manter boa higiene bucal

– Usar preservativo (camisinha) na prática do sexo oral