
Presidente da República cumpre agenda em Sorocaba/SP, nesta quinta-feira (21).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu, nesta quinta-feira (21.ago), que Donald Trump “não dê palpite” no Brasil. A declaração foi feita durante evento do Ministério da Saúde em Sorocaba, no interior de São Paulo.
Durante a fala dele, Lula se referiu aos Estados Unidos como um país ‘arrogante’ e disse que o Brasil não tem medo de ‘quem tenta gritar com a gente’. Sem citar o tarifaço, o presidente arrancou aplausos do público ao falar em defesa da soberania nacional, em meio à chantagem do governo americano.
“É preciso que a gente saiba mais do que fazer ponte ou viaduto. É preciso que a gente saiba fazer aquilo que o povo necessita, carinho, aconchego, tratá-lo com amor. Essa é a diferença entre governar e cuidar, porque a palavra correta não é governar, é cuidar. Eu quero cuidar desse país, por isso o presidente americano não dê palpite aqui, porque, aqui, cuidamos nós”, disse Lula.
As declarações aconteceram durante cerimônia de entrega de unidades móveis para atendimento odontológico no SUS, diante de uma plateia composta sobretudo por metalúrgicos e militantes de esquerda, diante dos quais criticou as privatizações da Eletrobras e da BR Distribuidora.
Lula ainda afirmou que governar é ‘ser como mãe’ e que o ‘filho fragilizado sempre merece mais atenção’, reforçando que governa para os pobres e não para os ricos, apesar das críticas que recebe de alguns setores por causa disso: ‘Tem gente que não gosta, porque quando um governo como o meu gasta 400 bilhões de reais para fazer política de inclusão social, tem gente que não gosta. Tem gente que acha que esse dinheiro deveria estar na especulação. Os banqueiros [dizem] pra que gastar dinheiro com o pobre?’
Sem defender diretamente a regulação das mídias digitais, Lula também cobrou atenção das pessoas com a proliferação de mentiras nas redes sociais e disse que é preciso separar o joio do trigo, já que, ‘enquanto a mentira voa, a verdade engatinha’.
O presidente não fez nenhuma menção ao novo indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pela Polícia Federal e concluiu o discurso afirmando que se seus três primeiros mandatos incomodaram muita gente, o próximo vai incomodar mais ainda, reforçando a intenção de disputar a reeleição em 2026.