‘Ele deveria ter coragem de esperar o julgamento, provar sua inocência, antes de ficar pedindo anistia’, disse Lula.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva repetiu nesta sexta (7.mar) críticas a seu antecessor Jair Bolsonaro, pressionado por investigações por supostamente ter comandado uma tentativa de golpe de Estado. Lula não mencionou o nome de Bolsonaro, mas a referência foi clara. O petista deu a declaração em discurso em assentamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em Campo do Meio/MG.
“A fábrica da mentira nesse país, que foi divulgada por um presidente da República que esse país teve que eu não quero citar o nome. Ele se diz inocente, mas está pedindo anistia antes de ser julgado. Ele deveria ter coragem de esperar o julgamento, provar sua inocência, antes de ficar pedindo anistia”, disse Lula.
“Ele, na verdade, está com medo. Porque ele sabe que cometeu um deslize nesse país. Eu nem trato das minhas questões pessoais. Mas ele foi covarde. Tramou um golpe. Tramou a morte de um presidente da República. Tramou a morte do vice. Tramou a morte do presidente da Justiça Eleitoral. E, quando ele não conseguiu, meteu o rabo no meio das pernas e fugiu para Miami. Deixou os parceiros dele aqui. Por isso que ele tem que ser julgado”, declarou o petista.
“Ele que tenha a coragem que eu tive. Se é inocente, brigue pela sua inocência, prove que foi inocente”, disse Lula. O presidente se referiu às vitórias judiciais que o reabilitaram politicamente depois de deixar a prisão, em 2019.
Bolsonaro responde denúncia da PGR
Nessa quinta-feira (6), a defesa de Bolsonaro enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) a defesa prévia pelas acusações da PGR (Procuradoria-Geral da República) de que o ex-presidente teve envolvimento com o suposto plano golpista.
Na resposta, os advogados de Bolsonaro pediram que o Supremo julgue o caso no plenário, e não na Primeira Turma.
Além disso, a defesa afirmou Bolsonaro que não assinou nenhum decreto e não ordenou qualquer ação violenta para restringir ou impedir o exercício de um poder, bem como não tentou depor o governo constituído depois dele.
O ex-presidente disse, ainda, que nunca praticou e nem determinou que fosse praticada qualquer violência. E jamais tentou impedir ou restringir o exercício dos demais Poderes.
A defesa de Bolsonaro também pediu ao STF a anulação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, firmada com a Polícia Federal.
No texto de defesa, os advogados dizem que o acordo de Cid está “viciado” pela “absoluta falta de voluntariedade e de uma colaboração marcada pelas mentiras, omissões e contradições”. Mauro Cid nega as acusações.
*Com informações do R7