Iniciação científica impulsiona a formação crítica e investigativa na Medicina da Unifev

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Iniciação científica impulsiona a formação crítica e investigativa na Medicina da Unifev - Foto: Divulgação

Com vasta experiência em genética, Profa. Dra. Sheila Vayego destaca o papel da pesquisa como ferramenta de desenvolvimento acadêmico e profissional.


A paixão pela ciência começou cedo na vida da Profa. Dra. Sheila Adami Vayego, docente do curso de Medicina da Unifev. Bióloga de formação, ela atua há 36 anos na docência e na pesquisa científica, com foco na área de genética. Com um histórico de dedicação à formação de novos pesquisadores, ela compartilha nesta entrevista sua caminhada, desafios e aprendizados, além de reforçar a importância da iniciação científica na graduação. O conteúdo faz parte de uma série de entrevistas promovidas pela Coordenação de Pesquisa da Unifev, com o objetivo de incentivar a cultura investigativa entre os estudantes.

Acompanhe o bate-papo:

Pergunta: Professora, há quanto tempo a senhora atua como docente e pesquisadora, e o que despertou esse interesse pela pesquisa científica

Resposta: Já são 36 anos dedicados à docência e à pesquisa. É uma vida toda de amor ao conhecimento.

Desde menina, sempre fui muito curiosa. Durante a graduação, comecei a fazer estágios e me apaixonei pela pesquisa. Nunca mais parei.

Pergunta: Qual linha de pesquisa que desenvolve atualmente? A senhora já participou de editais ou projetos financiados?

Resposta: Atuo com estudos translacionais em genética humana, correlacionando aspectos histopatológicos e clínicos com agravos prevalentes à saúde.

Fiz iniciação científica com bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e, mais tarde, o mestrado e o doutorado foram financiados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Pergunta: Quais foram os maiores desafios da sua trajetória, professora?

Resposta: Conciliar trabalho e pesquisa sempre foi um grande desafio. Outro obstáculo foi a obtenção de amostras, pois trabalhei com genética molecular e lesões ósseas raras. Além disso, implantar técnicas de genética molecular na época exigiu muito esforço. Como acadêmica, visitei e passei semanas em instituições como a Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, Unicamp e Hospital A. C. Camargo.

Pergunta: E os maiores aprendizados até agora?

Resposta: Persistência, coragem, fé, e, principalmente, amor pelo que fazemos. Isso sempre nos trará bons resultados.

Pergunta: Um projeto de pesquisa que você tem orgulho de ter feito parte?

Resposta: Sem dúvida, o doutorado. Implantamos as técnicas de genética molecular na Unesp de Rio Preto. Era um grupo unido, que trabalhava dia e noite. Praticamente morávamos na universidade. Foi uma conquista linda, com muito esforço e parceria. Boas lembranças!

Pergunta: Como a senhora enxerga a importância da iniciação científica na graduação?

Resposta: Ela permite o amadurecimento acadêmico e desenvolve a autonomia do estudante. Além disso, estimula habilidades como pensamento crítico, comunicação, trabalho em equipe e resolução de conflitos — tudo isso é essencial para a vida profissional.

Pergunta: Que dica daria aos alunos que querem começar a pesquisar, mas não sabem como?

Resposta: Estudem muito, muito mesmo! Pesquisar exige dedicação, noites em claro, estudo nos finais de semana, inclusive. É preciso amar o que se faz, ter perseverança e coragem.

Pergunta: Na sua opinião, o que não pode faltar no perfil de um bom pesquisador?

Resposta: Curiosidade, perseverança e um desejo infindável de mudar a história da humanidade.

Pergunta: Como a pesquisa impacta a qualidade do ensino na sala de aula?

Resposta: A pesquisa traz inovação, pensamento crítico, paciência e reflexão. Tudo isso se reflete em uma aula mais rica, metodologias mais eficazes e alunos mais preparados para enfrentar o mundo.

Pergunta: Doutora, tem alguma área que gostaria de explorar em pesquisas futuras?

Resposta: Sim. Tenho estudado a genética das demências, motivada por uma experiência familiar. Quero entender melhor essas condições.

Pergunta: Cite um pesquisador ou uma cientista que te inspira?

Resposta: Dois, na verdade. A Profa. Dra. Marileila Varela Garcia, que foi minha professora e hoje atua nos EUA, na área de oncologia molecular. E a Profa. Dra. Mayana Zatz, grande nome da genética humana no Brasil, especialmente no campo das doenças neuromusculares.

Pergunta: Para a senhora fazer pesquisa é…

Resposta: É evolução! É mudar paradigmas, transformar a vida, encontrar soluções. É renascer a cada descoberta.