
As vítimas, o casal e a filha, foram mortos a tiros no dia 28 de dezembro de 2023, em um canavial na região sul do município. Cabe recurso da decisão.
Os três réus acusados de planejar uma emboscada e assassinar três pessoas da mesma família, o casal e a filha, em Votuporanga/SP, foram condenados a prisão, com penas de 87 a 93 anos. Eles foram julgados nesta terça-feira (10.dez) no Fórum do município. Cabe recurso da decisão.
O crime ocorreu em 28 de dezembro de 2023. Na ocasião, as três vítimas, que moravam em Olímpia/SP, foram encontrados em um carro na zona rural de Votuporanga.
Os corpos de Mirele Tofalete, de 32 anos, Anderson Marinho, de 35, e da filha deles, Isabelly, de 15 anos, tinham marcas de tiros e estavam em estado de decomposição.
De acordo com a sentença, dada pela juíza Gislaine Falheiros de Brito Vendramini , da 1ª Vara Criminal de Votuporanga, João Pedro Teruel, Rogério Schiavo e Danilo Roberto Barboza da Silva, respondem por homicídio qualificado por motivo torpe (desavença de drogas), emboscada e garantir a impunidade de outro crime.
João Pedro Teruel foi condenado à pena de 87 anos e seis meses de reclusão, em regime fechado, além do pagamento de 42 dias de multa, com base na unidade mínima por infração ao artigo 157.
Rogério Schiavo foi condenado à pena de 87 anos e seis meses de reclusão, em regime fechado, e ao pagamento de 42 dias de multa, com base na unidade mínima por infração ao artigo 157.
Danilo Roberto Barboza da Silva à pena de 93 anos e quatro meses de reclusão, em regime fechado, também ao pagamento de 42 dias de multa, com base na unidade mínima por infração ao artigo 157.
Cabe recurso da decisão. A reportagem tenta contato com os advogados de defesa.
No dia do assassinato, Anderson foi o primeiro a ser executado com sete tiros. A esposa dele foi alvejada por 13 tiros.
A adolescente foi atingida por quatro disparos e encontrada morta debaixo do banco do carro, onde tentou se esconder dos criminosos.
Anderson, que tinha passagens criminais por tráfico de drogas, estava com a família e levava maconha no carro para entregar aos suspeitos do assassinato. Dias antes, ele pediu para que uma testemunha do crime transportasse a droga, mas o homem negou o serviço devido ao valor que seria pago.
Crime premeditado
À época, de acordo com o inquérito policial elaborado pela Delegacia de Investigações Gerais de Votuporanga (DIG), o crime foi premeditado, pois o trio se reuniu no dia anterior ao assassinato para combinar a emboscada. Depois, eles fugiram.
Os suspeitos sabiam que Anderson levaria os entorpecentes e planejaram o assassinato. A esposa e a filha, no entanto, não tinham ligação com o tráfico e foram mortas por testemunharem o crime.
Com autorização judicial, a DIG analisou os celulares dos criminosos, que foram periciados. Nos aparelhos, a polícia encontrou as mensagens enviadas entre eles que indicam a participação do trio no crime.
Em print obtido pela imprensa que mostra uma conversa pelo WhatsApp, Danilo envia áudios para Rogério (contato salvo como “esquilo”) nos quais eles combinam a fuga:
Danilo: “não adianta, nós vamos ter que ir, vamos ficar aqui não, mano. Não sabemos o que vai acontecer… Vamos embora. Só que é o seguinte: nós têm que ver com o [nome] se tem algum lugar para nós lá, mano, um lugarzinho para nós ficarmos lá, porque nós fica jogado, que nem nós ficamos lá na casa daquele povo. É foda, mano.”
Danilo: “depois também nós aluga uma casa lá na cidade, nós aluga uma casa lá em um lugar meio de quebrada e nós fica lá.”
Danilo: “nós temos chance. Se a bomba explodir, nós não pode tá aqui não, se não os polícia vai virar um cão em cima de nós.”
Prisões
Os três réus já estavam presos. O primeiro suspeito do crime, João Pedro, foi encontrado na casa da namorada, em Valentim Gentil/SP, e preso no dia 18 de janeiro de 2024.
Inicialmente ele negou o crime, mas depois afirmou que ajudou a armar a emboscada contra a família. João Pedro foi encaminhado ao Plantão de Votuporanga, em seguida para uma cadeia da região.
O segundo suspeito, Rogério, foi encontrado no dia 28 de janeiro em Pedranópolis/SP, durante o cumprimento de um mandado de prisão temporária. Ele estava escondido em uma casa e se preparava para fugir na manhã do dia seguinte.
Danilo, o terceiro suspeito, estava em saída temporária quando teria participado do crime e não retornou para o sistema penitenciário. Ele foi localizado e preso em Andrelândia/MG, a 800 km de Votuporanga, no dia 7 de fevereiro deste ano.
Emboscada
Anderson Marino, a esposa Mirele Tofalete, e a filha deles, Isabelly, saíram de Olímpia para almoçar em São José do Rio Preto e comemorar o aniversário da mulher, no dia 28 de dezembro. Depois disso, ninguém mais conseguiu entrar em contato com as vítimas.
Após dois dias, parentes receberam a informação de que o celular de Anderson teria dado sinal em Votuporanga, cidade a 139 quilômetros de Olímpia e 83 quilômetros de São José do Rio Preto. Foi no município que os corpos foram encontrados por um morador que passava pelo canavial.
O veículo da família foi encontrado na estrada rural e apresentava marcas de tiros. O homem estava caído fora do carro, com ferimentos provocados por sete disparos.
Antes de a família desaparecer, foi identificada uma ligação para o 190, número de emergência da PM, do celular da adolescente, mas a ligação não foi concluída. Durante a investigação, a polícia também constatou que o homem havia sido ameaçado de morte antes do crime.
Os corpos foram levados ao Instituto Médico Legal (IML). Sem velório, os enterros ocorreram no dia 2 de janeiro de 2024, no Cemitério Jardim Parque das Primaveras, em Olímpia.
*Com informações do g1
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