Homem ‘espia’ escola e causa pânico em Votuporanga 

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Homem ‘espia’ escola e causa pânico em Votuporanga – Foto: Reprodução

A Prefeitura afirmou que não houve invasão; Polícia Militar esteve no local, mas não encontrou o suspeito. Grupo de mães realizou manifestação pedindo mais segurança.


A atitude de um homem de subir no muro do CEM Profª Irma Pansani Marin, na zona Sul de Votuporanga/SP, nesta quinta-feira (18.mai), e tentar interagir com alunos causou pânico entre os presentes na unidade e apreensão em pais e responsáveis. A Polícia Militar foi acionada, porém não conseguiu encontrar o indivíduo.

O assunto se espalhou rapidamente pelas redes sociais, exatamente diante do temor de novos ataques, trauma recente vivido por paulistas e catarinenses, resultando na morte de quatro alunos, uma professora, além de feridos.

Na manhã desta sexta (19), um grupo de mães já cobravam explicações e providências por parte da Prefeitura e uma manifestação foi realizada ao meio-dia, em frente ao prédio; o secretário da Educação Marcelo Batista esteve no local e conversou com os presentes.

Ao Diário de Votuporanga, a mãe de uma aluna do 5º ano, que pediu para não ter identidade publicada, comentou: “Minha filha ficou apavorada, começou a chorar, ela contou que viu quando o homem subiu no muro; ele tentou falar com algumas crianças, mas quando as outras [alunos] viram começaram a correr e procurar proteção. É desesperador ouvir a história dela, mesmo agora que sabemos que não houve violência, vai ser difícil confiar de novo. Aqui não parece ser seguro, não vejo cerca elétrica, câmeras que filmam todo o prédio, assim, dá medo, muito medo.”

A reportagem também falou com a terapeuta Mariana Rubio, uma liderança no movimento de mães por mais segurança nas escolas, que esteve na manifestação e comentou: “A informação que nós temos é que os professores tentaram proteger as crianças, colocando-as dentro das salas. Por outro lado, comenta-se também que o botão do pânico não funcionou, e que a polícia levou cinco minutos para chegar, e assim, não conseguiu pegar o rapaz. Vemos aqui também o pessoal mexendo aí, não dá para saber ao certo, mas o secretário Marcelo [secretário da Educação] disse que estão ampliando as câmeras, mas os pais que estavam aqui comentaram que eles estão instalando as câmeras.”

A Polícia Militar foi procurada pela reportagem e explicou que, de fato, a corporação foi acionada e deslocou imediatamente uma viatura para o local, contudo, o suspeito não estava pela área. A PM ainda afirmou que direcionou o patrulhamento pela região, mas não conseguiu encontrar o indivíduo.

A Prefeitura de Votuporanga foi questionada a respeito do que de fato ocorreu na unidade escolar, mas se limitou a comentar: “O Comitê Municipal de Segurança Escolar visitou a escola em questão e constatou que não houve invasão.”

Ainda sobre o assunto, Mariana afirmou que um grupo de mães estão se organizando e devem realizar uma manifestação na Câmara Municipal, na próxima segunda-feira, pedindo mais segurança nas escolas.

Agentes de segurança nas escolas

O episódio traz à tona o veto do Poder Executivo ao projeto de lei que garante agentes de segurança nas escolas públicas e privadas no âmbito municipal, inclusive, tema de matéria recente deste Diário. 

Na prática, o projeto de lei, que tem como signatário todos os 15 vereadores votuporanguenses, e que foi aprovado por unanimidade, acabou vetado pelo prefeito Jorge Seba (PSDB), que considerou a iniciativa “inconstitucional”. 

Após a negativa no Paço Municipal ‘Tancredo de Almeida Neves’, o projeto voltou para a Câmara onde os vereadores devem decidir se manterão a decisão do chefe do Executivo ou se derrubam o veto.

Contudo, não há confirmação divulgada de data para votação do veto na Câmara.