Querem impedir que chinesa Huawei de dominar o mercado mundial com o argumento de que os dados dos usuários serão usados para espionagem.
Wuhan, cidade onde o novo coronavírus surgiu
Por Pérola Ferraz
“Um pequeno passo para um homem, um grande salto para a humanidade”. Foi com essas palavras que Neil Armstrong, o primeiro humano a pisar na Lua, entrou para a história. Anos antes, a União Soviética já tinha mandado a Luna 2, uma nave não tripulada à Lua, além do primeiro homem ao espaço, Yuri Gagarim. Durante a Guerra fria, dois países disputavam a hegemonia Mundial. De um lado, estavam os Estados Unidos capitalista e, do outro, a URSS socialista. O nome “fria” se deu com medo de que aquela briga virasse um verdadeiro apocalipse nuclear, o que não aconteceu.
Agora a Guerra Fria ganhou uma nova temporada. O novo rival estadunidense também é comunista: China. Um país que cresce em poder e em influência. Estes dois países têm uma relação simbiótica, de dependência e conflito. O embate entre eles só aumenta, principalmente depois que Donald Trump tornou-se presidente. Está em curso uma verdadeira guerra comercial entre os dois países. Isso se transformou em um grande caldeirão, prestes a explodir, graças ao grande número de embargos comerciais impostos pelos Estados Unidos. Há, ainda, a disputa tecnológica que envolve a rede 5G, a qual promete ser a nova revolução do meio digital. Mas querem impedir a empresa chinesa Huawei de dominar o mercado mundial e argumentam que os dados dos usuários serão usados para espionagem.
A crescente tensão entre as duas superpotências tem sido chamada de Guerra Fria 2.0. Este conflito envolve uma disputa de poder econômico, com tentativas de dificultar a evolução do oponente, também no desenvolvimento de novas tecnologias e inteligência artificial. O surgimento da Covid-19 na província de Wuhan, na China, e questões militares mais sérias como a militarização do mar do Sul da China, por Pequim, acirram ainda mais o clima de tensões, principalmente depois que os EUA decidiram intervir.
A disputa atual não tem a característica de iminência de um conflito armado. Afinal, a maioria dos países já percebeu, ao longo da história, que isso não é benéfico para ninguém.
Se uma guerra é considerada altamente improvável hoje, o estado de tensão constante pode levar a confrontos acidentais.