Governo apoiará projeto de lei sobre retomada da contribuição sindical 

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Governo apoiará projeto de lei sobre retomada da contribuição sindical – Foto: Reprodução

Ministério do Trabalho recuou de proposta própria sobre o tema e tenta driblar resistência da oposição no Congresso Nacional.


O governo federal recuou de uma proposta própria para retomar a contribuição de trabalhadores para sindicatos e deve apoiar a tramitação de um projeto de lei no Congresso Nacional. 

O autor do texto será o deputado federal Luiz Gastão (PSD). O parlamentar, que terá pela frente a difícil tarefa de driblar a forte oposição sobre o tema, teve o nome validado pelo Ministério do Trabalho e pelas centrais sindicais. 

À CNN, o deputado afirmou que trabalha em um texto que possa alcançar as demandas dos sindicatos e também do setor empresarial. Gastão é um dos coordenadores da frente parlamentar do empreendedorismo na Câmara dos Deputados. 

O texto segue em fase final de elaboração e deve ser apresentando em fevereiro, com trechos resgatados de uma minuta já desenhada pela pasta do ministro Luiz Marinho, em 2023. 

Entre pontos que devem ser preservados está a vinculação da contribuição sindical aos acordos de reajuste salarial entre patrões e empregados, intermediados por sindicatos. 

O chamado “imposto sindical” foi extinto após a reforma trabalhista, aprovada em 2017. Antes das mudanças, o repasse aos sindicatos era obrigatório e o valor era equivalente a um dia de salário de cada empregado. 

O assunto chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 2023, quando ministros autorizaram a retomada do pagamento de uma contribuição aos sindicatos, mas sem obrigatoriedade. Pelo entendimento dos ministros o repasse é constitucional, por acordo ou convenção coletiva das categorias, desde que os empregados possam se opor ao pagamento, se assim quiserem. 

Em um movimento de reação, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal aprovou, no ano passado, um projeto que proíbe sindicatos de descontarem contribuições de trabalhadores direto da folha de pagamento. 

A proposta, que conta com amplo apoio da oposição, ainda destaca o direito do trabalhador de negar o pagamento do imposto sindical. 

Essa não é a primeira vez que o governo petista desiste de uma proposta própria para apoiar iniciativas do Congresso. De acordo com lideranças parlamentares, o movimento faz parte de uma mudança de estratégia para evitar que a oposição contamine temas populares e de interesse do Executivo. 

O recuo também foi registrado durante a elaboração de uma proposta, pelo Ministério da Educação, para proibir o uso de celulares em escolas. Durantes discussões sobre o tema, a equipe do ministro Camilo Santana foi convencida a apoiar um texto já em tramitação na Câmara dos Deputados. 

*Com informações da CNN Brasil

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