GASTRONOMIA – A engrenagem

7891
Imagem Reprodução SENAC

Por Juarez Duarte Paes Jr.

Voltando ao tempo das catracas e coroas dentadas, que continuam sendo fundamentais para o funcionamento de pequenas e grandes engrenagens, principalmente quando se trata de motores e creio que o serão por muito tempo ainda, lembro que o exemplo utilizado para perfeito funcionamento era o da engrenagem da máquina dos antigos relógios à corda.

Quando ainda fazia parte do grupo de garotos das divisões de base do Vasco (1973), um dos professores sempre lançava mão deste exemplo para nos dar a real noção do que pensava sobre o time ideal, uma engrenagem que funcionasse em perfeita sintonia começando pela  nossa casa, passando pela escola, funcionários do clube, instrutores, vestiário, comissão técnica, jogadores e torcida.

Hoje tenho certeza absoluta que assim também o é em todos os setores da vida e sociedade de forma geral, e, principalmente no ramo profissional.

A Gastronomia é um desses ramos que possui uma engrenagem extremamente complicada, a qual também começa na casa dos colaboradores e se completa no degustar do cliente final.

É formada por um complexo e numeroso conjunto de fatores, pois, depende da combinação perfeita destes para proporcionar a satisfação do comensal com um produto de excelência, assim como o serviço que irá colocá-lo no alto do pedestal.

Comida de qualidade não depende apenas do cozinheiro, que talvez seja o elemento mais simples da fórmula geral, importante claro, mas, que vai produzir uma receita com excelência a partir do sucesso dos demais componentes, como:

-boa condição familiar (saúde, contas pagas, boas noites de sono, etc.);

-condições satisfatórias de trabalho (boa remuneração, bom equipamento, utensílios e maquinário, equipamentos de segurança, matéria prima completa e de boa qualidade);

-agilidade e precisão dos departamentos da empresa (escolha e cotação de ingredientes e insumos, agilidade na solução dos problemas que venham a surgir);

-fornecedores confiáveis e pontuais;

-brigada entrosada e comprometida;

-comando positivo;

-manutenção da equipe e equipamentos;

-sincronia entre balcão, salão, cozinha, gerência e caixa;

-atitude positiva do empresário.

Parece óbvio, mas, a anos luz da realidade que está repleta de engrenagens emperradas, na maioria dos casos por motivos extremos: ou pela coroa menor ou pela maior.

São situações recorrentes em 80% dos estabelecimentos de A&B, que costumam identificar quando o problema é na catraca menor, mas, que não admitem em hipótese alguma quando se origina da maior, ou seja, empresários, gerentes e demais esferas superiores.

Não importa o tamanho da catraca ou coroa, é preciso que todas funcionem em sincronia e no tempo certo, seja em um motor, máquina de relógio, restaurante, família, equipe esportiva ou qualquer outra estrutura que necessite de mais de um elemento para produzir efeito ou produto palpável.

Quando depende da ação humana, seja na família, na rua, no bairro, no município, no estado, no país, no continente, no hemisfério, no mundo e, quiçá, no universo se houver outra raça semelhante a nossa, a probabilidade de existirem engrenagens perfeitas passa a ser ínfima.

 

Iscas de filé de frango ao molho Dijon:

Você vai precisar de: 500 g de filé de frango em iscas; -suco de 1 limão; 6 colheres de sopa de shoyu; -1 dente de alho amassado; -6 colheres de sopa de mostarda dijon; -2 colheres de sopa de maionese light; -3 colheres de sopa de creme de leite; -3 colheres de sopa de azeite de oliva extra-virgem; -100 g de queijo parmesão ralado grosso; -sal e p. calabresa qb.

 

Preparo: Tempere os filés com limão, alho, shoyu e deixe marinando enquanto numa tigela misture a mostarda, o creme de leite, a maionese, o queijo ralado, o azeite, sal e  p. calabresa até obter um creme homogêneo, reserve. Numa frigideira ou chapa aqueça azeite de oliva e passe os filés até que fiquem bem dourados, corte algumas fatias de cebola e pimentões coloridos se preferir e passe na chapa juntamente com o frango para finalizar. Passe para um prato branco, espalhe o molho frio por cima, decore com cebolinha picadinha e sirva com pão francês, uma massa al dente ou arroz branco.