Federação muda regra, e saltadores brasileiros perdem vagas já garantidas para Tóquio

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Foto: Washington Alves/COB

Fina altera critério de classificação depois de competição pré-olímpica e tira vagas de Isaac Souza e Luana Lira nos saltos ornamentais das Olimpíadas. CBDA vai recorrer.


O Brasil perdeu duas vagas olímpicas já conquistadas depois de uma “virada de mesa” nos saltos ornamentais. A Federação Internacional de Desportes Aquáticos (Fina) mudou as regras de classificação depois da realização da Copa do Mundo, último evento pré-olímpico. Com a alteração, os saltadores Isaac Souza (plataforma de 10m) e Luana Lira (trampolim de 3m) perderam os postos antes assegurados nas Olimpíadas de Tóquio.

A Copa do Mundo de Tóquio, evento-teste para os Jogos, garantiria inicialmente vagas a todos os semifinalistas das provas individuais de saltos ornamentais. Só que depois da competição pré-olímpica, a Fina percebeu que o número de atletas classificados havia superado as 136 cotas da modalidade. Por isso, mudou os critérios de classificação, passando a garantir vagas apenas para os 12 finalistas.

Assim, o Brasil garantiu vagas apenas com Kawan Pereira e Ingrid Oliveira, que alcançaram as decisões da plataforma de 10m. Nas eliminatórias, quando a princípio seriam definidas as vagas olímpicas, Luana foi a 16ª colocada, enquanto Isaac foi o oitavo. Ele garantiria a vaga olímpica se tivesse repetido o desempenho na semifinal, que antes não era classificatória para os Jogos.

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) e a Confederação Brasileira de Desportes Aquáticos (CBDA) protestaram e podem levar a questão à Corte Arbitral do Esporte.

– A Fina deu uma nova interpretação a regra de classificação durante a seletiva em Tóquio informando que teve que fazer isso porque o número de atletas classificados pelo critério sempre utilizado estourou o máximo permitido pelo COI. Agora estão querendo considerar classificados os finalistas. Antes eram os semifinalistas do pré-olímpico. A CBDA vai recorrer e estamos esperando receber a comunicação deles para avaliar o que fazer – disse Jorge Bichara, diretor de esportes do COB.

A CBDA não detalhou as ações que está tomando para defender as vagas conquistadas pelos brasileiros.

– A CBDA irá se pronunciar sobre o assunto após esgotar todas as tentativas de enviar nossos atletas aos Jogos Olímpicos – afirmou em nota a entidade.

A Copa do Mundo foi realizada entre 1º e 5 de maio, em Tóquio. Muitos saltadores previamente classificados pelo Mundial de 2019 optaram por não participar da competição por precaução devido à pandemia do coronavírus. Isso acabou resultando no número maior do que esperado pela Fina de saltadores classificados para as Olimpíadas pela Copa do Mundo.

*Com informações do globoesporte