Ex-padrasto acusado de estuprar e matar adolescente é condenado a mais de 30 anos de prisão 

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Corpo de Ana Cristina da Silva, de 15 anos, foi encontrado enterrado às margens da Rodovia Feliciano Salles Cunha, entre Mirassol e Neves Paulista — Foto: Arquivo Pessoal

Adriano José da Silva foi condenado por estupro seguido de morte e ocultação de cadáver nesta segunda-feira (18) Corpo de Ana Cristina da Silva foi localizado às margens da Rodovia Feliciano Salles Cunha, entre Mirassol e Neves Paulista, no dia 4 de agosto.


O ex-padrasto acusado de estuprar e matar a adolescente de 15 anos foi condenado a 31 anos de prisão em regime fechado. O corpo de Ana Cristina da Silva, desaparecida em 27 de julho, foi encontrado às margens da Rodovia Feliciano Salles Cunha (SP-310), entre Mirassol/SP e Neves Paulista/SP, no dia 4 de agosto. A audiência de julgamento ocorreu nesta segunda-feira (18.dez). A decisão cabe recurso. 

Conforme decisão da Justiça, Adriano José da Silva foi condenado por estupro seguido de morte e ocultação de cadáver com agravantes de motivo torpe, meio cruel e violência doméstica. 

O réu também foi denunciado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) por estupro de vulnerável já que há suspeita de que ele praticou o crime contra Ana Cristina entre os anos de 2012 e 2022, quando ela tinha entre quatro e 14 anos. 

Adriano foi preso pela polícia em Olímpia/SP, quando tentava fugir, no dia 4 de agosto. Em depoimento, ele confessou e disse que cometeu o crime por medo de que a jovem contasse que era abusada sexualmente por ele e para se vingar da mãe. 

Agora, ele vai responder o processo de estupro de vulnerável na Justiça. A audiência está marcada para o dia 19 de fevereiro do próximo ano. Adriano está preso desde que a Justiça aceitou o pedido do MP pela prisão preventiva. 

Carta revela o estupro 

Uma carta encontrada pela mãe da adolescente revela que a vítima era abusada sexualmente desde os quatro anos. A mãe dela, Carla Cristina da Silva Nascimento, de 36 anos, contou que a adolescente deixou cartas escondidas no seu quarto. 

Em uma delas, datada de dezembro de 2022, Ana Cristina escreveu: “Se eu abrir a boca vai tudo piorar, e a culpada vai ser eu. Abusada desde os quatro anos de idade, aos 14 anos depressão, ansiedade e medo. Eu nunca falei para minha mãe, para ninguém até hoje. Eu sou muito fraca”, escreveu a garota. 

Ainda de acordo com Carla, uma amiga da filha enviou um áudio a ela, enquanto a garota estava desaparecida, dizendo que Ana Cristina contou sobre ser abusada sexualmente, mas pediu que o segredo não fosse revelado à mãe. Neste dia, a mulher denunciou o ex-padrasto na delegacia por estupro. 

Áudio do criminoso 

Carla Cristina ainda revelou à reportagem que dois dias depois de sua filha desaparecer Adriano José enviou o áudio para a tia dele negando crime e se justificando por ter saído da cidade após ser apontado como principal suspeito do crime. 

“Oi, tia. Então, tia, só comunicar para a senhora, a senhora avisa outras pessoas aí, que, devido à repercussão que teve lá do caso da filha da Carla, da Ana, eu saí porque estava perigoso demais para mim. A Carla está insinuando, falando, que eu tenho a ver, entendeu, com o sumiço da filha dela”, diz no áudio. 

“O pessoal já tá…nossa senhora, meu Deus do céu, cara. Tia, falar para a senhora, eu não tenho nada a ver tá?! Eu juro que eu não tenho nada a ver com esse sumiço da filha dela, tia. Eu juro que eu não tenho nada a ver. Mas, a repercussão já tá grande lá”, completa Adriano. 

A mãe enviou o áudio à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) para acrescentar na investigação. À reportagem, a delegada responsável pelo caso, Dálice Ceron, informou que anexou o áudio ao inquérito policial, em que indiciou o acusado. 

*Com informações do g1