Pela primeira vez desde fevereiro, os Estados Unidos voltaram a registrar, nesta semana, uma média de mais de 2 mil mortes diárias por Covid-19, segundo informações do site Our World in Data, da Universidade de Oxford. O novo pico é provocado pela disseminação da variante Delta, mais contagiosa, em especial em áreas do país com baixas taxas de vacinação.
Cerca de 55% dos americanos já estão totalmente imunizados — variando de 69% no estado de Vermont a 40% na Virgínia Ocidental. Esse número chega a 73,5% no Uruguai, 64% em Israel e 62% na média dos 27 países da União Europeia. No Brasil, onde a vacinação começou depois, menos de 39% da população completou o ciclo vacinal, mas 69% tomaram a primeira dose.
O plano do presidente Joe Biden era de que pelo menos 70% dos adultos americanos tivessem recebido ao menos uma dose da vacina até 4 de julho, quando é comemorada a Independência do país. Mas, até o momento, este número não passou de 63%, com analistas apontando a polarização política, a desinformação e a má comunicação como os principais fatores do atraso.
A desinformação sobre a vacina que o governo Biden está combatendo inclui a circulação de mentiras como as de que os imunizantes contra a Covid-19 são ineficazes, carregam microchips e prejudicam a fertilidade das mulheres, disse um funcionário da Casa Branca em julho.
Em meados de agosto, quando os EUA registraram mais de mil mortes por dia pela primeira vez desde março, Biden fez um apelo, dizendo que não descansará “enquanto os governadores que são contra o uso de máscaras continuarem intimidando funcionários locais”.
— Ainda estamos em uma pandemia de não vacinados. Há mais de 85 milhões de americanos elegíveis para a vacinação [contra Covid-19] que ainda não se vacinaram — afirmou o presidente americano à época.
As mortes por Covid-19 nos EUA já ultrapassam as da gripe espanhola. Na pandemia de 1918, 675 mil óbitos foram notificados, segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Em todo o mundo, mais de 4,7 milhões de pessoas morreram desde o início da pandemia do coronavírus.
*Informações/OGlobo