Estudo comprova associação entre pré-diabetes e risco maior de infarto

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Pré-diabetes: alimentação pouco saudável e falta de atividade física podem agravar o quadro — Foto: Skica911 para Pixabay

Pacientes com esta condição apresentaram 25% mais chances de sofrer um ataque cardíaco.


No Endo 2022, encontro anual da Sociedade de Endocrinologia realizado no meio do mês passado, um novo estudo apontou que o pré-diabetes deve ser considerado, isoladamente, um fator de risco para a ocorrência de infarto. Essa é uma condição na qual os níveis de glicose são mais altos do que o normal, mas não o suficiente para haver um diagnóstico da doença. No entanto, a probabilidade de progressão para a enfermidade aumenta significativamente para quem tem valores de glicemia em jejum entre 100 e 125mg/dL, ou de hemoglobina glicada entre 5.7% e 6.4%. O Brasil tem perto de 17 milhões de diabéticos, sendo que metade desconhece tal fato, e calcula-se que pelo menos 40 milhões sejam pré-diabéticos.

A médica Geethika Thota, principal autora do trabalho, afirmou que a associação entre o pré-diabetes e problemas cardíacos ainda não estava bem fundamentada, mas que os pesquisadores analisaram dados referentes a quase 1.8 milhão de hospitalizações de vítimas de infarto: “fazendo os ajustes dos fatores de risco, os pacientes com pré-diabetes tinham 25% mais chances de sofrer um ataque cardíaco”. Na sua opinião, isso só reforça a necessidade de endereçar o assunto para que integre as políticas de saúde: “precisamos estimular todos os que estão nesta condição a adotar uma dieta saudável e fazer 150 minutos de atividade física por semana”, frisou.

De acordo com a Federação Internacional do Diabetes, as mortes causadas pela doença, no mundo, superam as por HIV e câncer de mama somadas. A estimativa é de que 425 milhões de pessoas tenham a enfermidade, total que deverá alcançar 600 milhões em duas décadas. Se os sintomas iniciais são fome e sede excessivas, as complicações a longo prazo podem ser devastadoras: acidente vascular cerebral, infarto, falência renal, cegueira, amputação de membros.

*Com informações do g1/Mariza Tavares