Por Paulo César Rapassi –
Lá se foram décadas. Viajo no tempo de forma participativa, saudável de conquistas pessoais e acima de tudo cidadania.
A década de 80 considerada como das mais produtivas no período conhecido por “revolução de 64”, tínhamos no máximo 50 mil habitantes.
O prefeito era João Antônio Nucci, onde nós da Associação Comercial tínhamos a ambição de tornar a cidade polo da região, referencia regional. Buscamos a aberturas de estradas (ainda o asfalto estava longe) ligando as cidades vizinhas para o convívio da cidade de Votuporanga.
A aproximação de Riolândia, Cardoso, Valentim Gentil, Magda, Floreal e Nhandeara estava nas metas desejadas, fortalecendo assim a empresa de transporte coletivo do bandeirante Oscar Botura, homem de convicção idealista, ilustre personagem da vida desta urbe.
A associação Comercial era representativa, tinha em sua diretoria proprietários das casas comerciais e ou gerentes de empresas de outros centros, todos com a única meta, a melhoria das atividades.
No ano de 80 numa das felizes coincidências que a vida nos prepara, estávamos no gabinete do prefeito João Antônio Nucci, ocasião que aproveitei para pedir ao então presidente da A.C.V. autorização para reativar o “Boletim Informativo” desativado temporariamente. Pego de surpresa, pensou e deu aval. Desta feita entrei na A.C.V., meses após Manoel Anzai e Ivo Matavelli, convidaram-me para ser o presidente da classe.
Consultei meu pai, Rinaldo Rapassi, dando o apoio necessário, estimulando-me. Tornei-me o mais jovem até então.
As alegrias maiores estavam reservadas para as reativações das amizades anteriores e conquistadas ao longo dos trabalhos realizados, juntos às diretorias atuantes nossos complementos indispensáveis no sucesso administrativo.
Mudanças sempre encontram resistências e encontramos comerciantes, por exemplo Toshio Nakabashi – 1922-2017 – líder perante os colegas de trabalhos da colônia japonesa e ele fazia a aproximação das buscas projetadas. Tornamos mais amigos.
Toshio Nakabashi tinha das lojas mais diversificadas de produtos e chegando o Natal sua loja era referência. Sua loja e as demais neste período e no dia 24 de dezembro funcionavam até as 23h, portanto muito próximo do Natal. Frequentadores, fregueses e comerciantes conheciam de perto o desconforto para as famílias dos comerciantes e dos comerciários.
Organizamos agenda da solução deste inconveniente. Falamos com o prefeito e expusemos a intenção de fixar para a véspera do Natal horário de funcionamento até as 18h no dia 24 de dezembro, apoiado pelo poder executivo, fomos em frente.
Sucessivas reuniões à partir de agosto, decidimos equipes onde Toshio Nakabashi, com sua habilidade e jeito simples de ser, conquistou a aceitação da colônia em bom número na época.
Outro companheiro, Manoel Anzai, trabalhou em outra frente. A diretoria fez a sua parte e assim conquistamos benefícios estendidos aos dias atuais. O tempo passa o tempo voa, o bom permanece.
Gratidão hoje e sempre a amigos aqui referidos e tantos outros comerciantes, ou não, sempre mantivemos ligados, consultando, ouvindo. Toshio, Manoel e eu conversávamos certa ocasião, nós os chamados comerciantes com o umbigo pregados no balcão, recordávamos as origens como que comemorando as metas da classe e as pessoais, argumentando, observando que éramos os 3 últimos pioneiros.