Empresas que tiveram ônibus bloqueados após ataques em Brasília entregam lista de passageiros para STF 

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Bolsonaristas detidos são levados de ônibus para a sede da PF em Brasília após participação em atos criminosos — Foto: Mauro Pimentel/AFP

Veículos foram contratados por pessoas físicas da região noroeste paulista. Quatros pessoas estão entre os presos pelos atos.


As empresas da região noroeste paulista, que fretaram ônibus a bolsonaristas e tiveram os veículos bloqueados em Brasília/DF após o ataque aos Três Poderes, entregaram a lista de passageiros ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao todo, dois ônibus da Astra-Agência de Serviços e Transportes Terrestres LTDA, de Votuporanga/SP, e um da São Matheus Bady Bassitt Transportes e Turismo LTDA, de São José do Rio Preto/SPforam bloqueados por conta dos atos antidemocráticos do último domingo (8.jan)Confira abaixo:

  • LSN-3551 – São Matheus-Bady Bassitt Transportes e Turismo LTDA – São José do Rio Preto 
  • NRB-9690 – Astra-Agência de Serviços e Transportes Terrestres LTDA (Astra Turismo) – Votuporanga 
  • AMG-1292 – Astra-Agência de Serviços e Transportes Terrestres LTDA (Astra Turismo) – Votuporanga 

Segundo apurado pela imprensa, todos os veículos foram contratados por pessoas físicas, sendo a maioria empresários. Apenas uma pessoa que contratou o serviço consta na lista de passageiros entregue ao STF.

Dos três ônibus, dois saíram de Votuporanga. Ao todo, 81 pessoas foram transportadas pelos veículos. Cinco passageiros estão na lista de presos pelos atos de terrorismo no Distrito Federal: Gustavo Barco Ravenna, Luciano dos Santos Rossi, Ray Aparecido Travassos, Rafael Antonio Ribeiro Meloze e Kingo Takahashi.

Ônibus saíram no mesmo dia

Os três ônibus saíram do interior de São Paulo no dia 6 de janeiro, mas tinham previsão para voltar de Brasília em diferentes datas. O primeiro veículo (AMG-1292) retornaria no dia 9; o segundo (LSN-3551), no dia 10; e o terceiro (NRB-9690), somente na quinta-feira (12).

Ainda segundo as informações que constam em documentos enviados nesta quarta-feira (11), por quatro empresas ao Supremo Tribunal Federal, um dos ônibus, modelo Volvo Paradiso e placa LSN-3551, é de propriedade da São Matheus Bady Bassitt Transportes e Turismo Ltda, que partiu de São José do Rio Preto no dia 6 de janeiro com destino a Brasília.

O documento aponta que a viagem tem como contratante João Carlos Baldan no valor de 11 mil para levar até 46 pessoas até Brasília. Consta em documento que a partida do ônibus se deu no Tiro de Guerra de São José do Rio Preto.

Os outros três ônibus fretados pertencem à Ramos & Silva Locadora de Veículos Ltda. A empresa informou ao STF que fechou contrato com a agência Astra Turismo para viagens de Votuporanga, Mirassol e Fernandópolis até Brasília.

O ônibus de placa AMG-1292, modelo Mercedes Busscar, teve financiamento de Rosângela de Macedo Souza no valor de R$ 9 mil para até 46 pessoas. Ao STF, a lista de passageiros indica 39 presentes na viagem a Brasília, com saída no dia 6 de janeiro e volta no domingo.

Tatiane da Mata Toninho dos Reis fechou contrato com a Astra Turismo para transportar 32 pessoas de Fernandópolis no dia 6 de janeiro até Brasília no valor de R$ 11 mil. O retorno também estava programado para o domingo, no ônibus Mercedes Paradiso, placa HXU1654.

A Ramos & Silva Locadora de Veículos Ltda informou ao Supremo que outro veículo, modelo Mercedes Paradiso de placa NRB-9690, partiu de Votuporanga e passou para buscar passageiros em Mirassol antes de rumar a Brasília. Contratado por Jean Franco de Souza, a viagem levou o limite de 42 passageiros ao custo de R$ 12 mil no período de 6 a 12 de janeiro.

Contudo, a reportagem entrou em contato com as duas empresas, mas apenas a Astra-Agência de Serviços e Transportes Terrestres LTDA se pronunciou.

“A Astra Turismo reitera que tem todos os contratos de locação, recibos de pagamento e a licença da ANTT para o transporte, inclusive com seguro para todos os passageiros. Estes documentos estão à disposição das autoridades competentes.” 

“Por fim, a Astra Turismo frisa que é uma empresa idônea e repudia todo tipo de violência, além de não compactuar com a depredação do patrimônio público. Lamentamos profundamente os acontecimentos em Brasília com violência e depredação”, completou a empresa. 

A imprensa tenta contato com os financiadores das viagens. 

*Com informações do g1