Fernanda Boer precisou adiar o seu grande sonho profissional ao descobrir a gestação; a determinação motivou a publicitária nesta trajetória surpreendente.
No Dia do Publicitário, celebrado em 1º de fevereiro, a Unifev destaca a trajetória de sucesso da egressa Fernanda Boer, formada em 2007 em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda.
Hoje, anos depois, e de muitos obstáculos superados, Fernanda se destaca profissionalmente como Analista de Sustentabilidade na Vale. Sua função é criar novas estratégias e ações para implantação do Programa de Educação Ambiental com as Comunidades (Peac) e do Programa de Comunicação Social (PCS), demonstrando o impacto positivo e a importância que um comunicador social pode ter na construção de diálogos, engajamento, escuta ativa, mediação de conflitos e sensibilização. “Consegui realizar um grande sonho, que era trabalhar na Vale. Estou à frente do desenvolvimento, implantação e monitoramento de todas as ações de educação ambiental nas comunidades e comunicação social junto ao público afetado pelos empreendimentos da organização no corredor Norte” explica.
No início de sua carreira, a publicitária enfrentou desafios significativos ao descobrir que estava grávida logo após obter seu diploma e precisou adiar alguns planos temporariamente. “Foi um período de amadurecimento. Para garantir o enxoval do meu filho, fui para a calçada de um bar na esquina da minha casa para vender espetinhos, e a resiliência se tornou minha aliada. Mesmo assim, mantive o foco em minha formação profissional, sabendo que poderia conquistar meus sonhos”.
“Eu sempre fui uma aluna muito dedicada, tive ótimas oportunidades dentro da faculdade, estudei com bolsa, fiz estágio na Agência Experimental Artefato da Unifev, me sentia preparada para o mercado de trabalho, então, não iria desistir dos meus objetivos e não deixaria que meus sonhos morressem. Sabia que estar ali vendendo espetinhos seria algo temporário. E foi”, relembra ela.
A determinação e a vontade foram decisivas para que o destino da Fernanda se tornasse literalmente especial, raro e tão particular. “Permaneci por 10 anos em uma empresa de consultoria ambiental, uma multinacional, que me convidou para atuar na implantação do Programa de Comunicação Social na construção de uma linha de transmissão de energia elétrica, que passava por cinco estados do país, a maior do Brasil. Ao mesmo tempo fui me apaixonando pela educação ambiental, que estava inserida de alguma forma na comunicação social. O meu trabalho era realizar diagnósticos socioeconômicos para identificar vulnerabilidades e potencialidades daquelas populações diretamente impactadas pelo empreendimento do governo federal e realização de oficinas e comunicação social”.
Diante da nova paixão, que aliava comunicação, educação ambiental e sustentabilidade, Fernanda especializou-se em Antropologia pela Pontíficia Universidade do Paraná (PUC/ PR) e então desenvolveu atividades com 32 comunidades quilombolas e povos indígenas no estado do Maranhão. “Dentro da multinacional, fui convidada a coordenar a implantação dos programas de compensação que estavam inseridos no Plano Básico Ambiental Quilombola (PBAQ) da empresa, e que eram muitos, entre eles a oficina de comunicação social. Morei no Maranhão por quase dois anos para a execução dessas ações”.
Em seguida, mudou-se para o Vale do Jequitinhonha, no norte de Minas Gerais, por ponde viveu por mais dois anos. Depois, foi para o norte baiano, continuando com a implementação do Plano Básico Ambiental Quilombola nas comunidades. Na sequência, coordenou uma equipe multidisciplinar para elaboração e construção de um Estudo de Componente Quilombola (ECQ) com 27 comunidades no Estado do Pará. Essa análise é de extrema importância para a identificação de impactos que um empreendimento causará na vida de um quilombo, de uma terra indígena, de ribeirinhos, ou seja, de comunidades tradicionais que estão inseridas na área de influência do empreendimento.
Depois desse período, Fernanda se mudou para Manaus, no Amazonas, para trabalhar em uma concessionária de serviço público de transmissão de energia elétrica. Como coordenadora indígena, atuou em 72 aldeias da etnia Waimiri-Atroari.
Fernanda explica que trabalhar na área da comunicação tem sido um verdadeiro presente na sua vida. “Me sinto privilegiada pela oportunidade de explorar diversas culturas, desde a quilombola até a indígena, em estados como Maranhão, Pará, Bahia, Minas Gerais, Goiás e Amazonas. Minha formação pela Unifev, uma Instituição maravilhosa, contribuiu para que eu pudesse viver essas experiências tão ricas. Me orgulho por cada passo dado por mim”, finaliza.