Seleção para diretores, vice-diretores e coordenadores de escola teve avaliação psicológica suspensa; candidatos reclamam da prova objetiva.
O concurso público da Prefeitura de Votuporanga/SP, gerido pelo Instituto Consulpam, que visa a contratação de diretores, vice-diretores e coordenadores de escola, que outrora colocaria fim a série de reclamações de pais e responsáveis, conforme noticiado pelo Diário, se tornou motivo de duplo descontentamento entre os candidatos.
O processo seletivo teve sua prova objetiva, primeira etapa, no domingo (18.jun), e horas mais tarde, já havia postagens nas redes sociais em que candidatos denunciavam supostas inconsistências.
“Uma banca totalmente despreparada com provas desconexas com a realidade dos concursos atuais. Havia mais de 400 pessoas inscritas para o cargo de Diretor de Escola (que oferece 31 vagas), apenas 9 pessoas passaram. Para coordenador havia mais de 200 inscritos (que oferece 31 vagas) e apenas 16 passaram e assim por diante. Teve mais de 970 inscritos, e em média 50 pessoas foram classificadas. Esse tipo de coisa nunca ou quase nunca acontece em um concurso público. Como se não bastasse, cancelaram a prova psicológica que seria realizada semana que vem”, explica um candidato, servidor público, ouvido pelo Diário, e que preferiu não ter a identidade divulgada.
“A banca que está aplicando esse concurso fez uma prova, assim eles pegaram cópias de livros e davam quatro alternativas, das quatro alternativas iguais eles mudavam apenas uma palavra, ou seja, isso é coisa impossível de se acertar, a menos que o candidato decore o trecho citado ali. Então, eles fizeram um concurso que não preencheu nem metade das vagas, até mesmo porque ainda terá a avaliação psicológica e outros [candidatos] devem ficar pelo caminho. Por outro lado, muitas pessoas entraram com recurso, e agora estão preocupadas com o cancelamento da próxima etapa ou até mesmo o cancelamento definitivo. É fora de base isso, quem reprovou está irritado pela forma que foi a prova, quem passou está irritado pela suspensão da prova psicológica. Um fiasco”, emendou o candidato.
Uma professora da rede municipal de educação que prestou a prova objetiva – e também preferiu não ter a identidade divulgada – comentou: “Esse concurso era para tapar o buraco que já existe, por exemplo para repor os professores que deixaram as salas de aula para assumir funções administrativas, agora não poderão, pelo menos, nesse primeiro momento retornar. Agora, até quando? Porque como suspenderam a prova psicológica, nem os poucos que entrariam nessa leva, irão entrar. Ou seja, de qualquer forma terão de fazer um novo concurso para preencher essas vagas. São prazos e mais prazos. Tudo isso é muito triste, a gente estuda, fica ansiosa, paga R$ 75 de inscrição, estuda mais e depois passa por tudo isso. Mas, agora é esperar que a Prefeitura tome providência, tomará que não demore, pelo bem dos profissionais da educação e dos nossos alunos.”
A reportagem do Diário procurou o Instituto Consulpam, que tem sede em Fortaleza/CE e filial em São Paulo/SP, mas até o fechamento desta matéria não houve retorno.
Já a Prefeitura de Votuporanga se limitou a explicar que: “A alteração da data da Avaliação Psicológica foi solicitada pela Secretaria da Administração, já que há previsão em edital, e acatada pela empresa realizadora do concurso visando total lisura e transparência do processo até que se analisem apontamentos referentes a algumas questões aplicadas na prova.”