Eduardo Bolsonaro comenta prisão do pai e violação em tornozeleira: ‘Talvez possa ter surtado’

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Em vídeo, Bolsonaro admite ter usado ferro de solda para tentar abrir tornozeleira Foto: Divulgação
Ex-presidente foi preso na manhã deste sábado, 22, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF

Jair Bolsonaro foi preso preventivamente neste sábado, 22, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, após suposta tentativa de violação de sua tornozeleira eletrônica; a defesa contestou a decisão, alegando riscos à saúde do ex-presidente.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) apontou que o pai, Jair Bolsonaro (PL), pode ter ‘surtado’ ao tentar violar a tornozeleira de monitoramento eletrônico. O ex-presidente foi preso preventivamente na manhã deste sábado, 22, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Um dos fatos que embasou o mandado de prisão preventiva expedido por Moraes foi um relatório, elaborado pelo Centro de Integração de Monitoração Integrada do DF, que constatou a violação do dispositivo na madrugada deste sábado.

Em entrevista, Eduardo Bolsonaro inicialmente rechaçou a violação da tornozeleira, justificando que o mandado de prisão teria sido expedido por Moraes na sexta-feira, 21. Confrontado pela presença do relatório no documento, o deputado demonstrou surpresa.

“Não sei por que [Bolsonaro tentou violar a tornozeleira]. Talvez possa ter surtado, ele fala no vídeo em curiosidade”, afirmou Eduardo, que também acusou Moraes de tentar ‘torturar’ o ex-presidente.

Prisão preventiva de Jair Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso preventivamente neste sábado, 22, em Brasília (DF), pela Polícia Federal em cumprimento a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A prisão é uma medida cautelar. Ou seja, ainda não se trata do cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses de prisão à qual foi condenado no julgamento da trama golpista.

Bolsonaro, que já estava em prisão domiciliar, foi levado à sede da PF. Ele ficará em uma sala de Estado, espaço reservado para figuras de alto escalão da política. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Michel Temer (MDB) também ficaram detidos em salas da Polícia Federal.

Segundo a decisão assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em frente ao condomínio onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar foi apresentada como um dos fatos novos para a definição da medida cautelar.

“O tumulto causado pela reunião ilícita de apoiadores do réu condenado tem alta possibilidade de colocar em risco a prisão domiciliar imposta e a efetividade das medidas cautelares, facilitando eventual tentativa de fuga do réu”, diz o documento com a data deste sábado.

O que diz a defesa de Bolsonaro?

Em nota, a defesa afirmou que a prisão preventiva “pode colocar sua vida em risco” por causa de seu estado de saúde e disseram que irão apresentar recurso contra a decisão. Os advogados dizem que “causa profunda perplexidade” a motivação da prisão por causa da convocação de uma vigília de orações na casa do ex-presidente.

Eles também rebateram a suspeita de risco de fuga citada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e afirmam que ele estava sendo monitorado por policiais e foi detido com sua tornozeleira eletrônica.

Veja o comunicado na íntegra:

“A prisão preventiva do ex-Presidente Jair Bolsonaro, decretada na manhã de hoje, causa profunda perplexidade, principalmente porque, conforme demonstra a cronologia dos fatos (representação feita em 21/11), está calcada em uma vigília de orações. A Constituição de 1988, com acerto, garante o direito de reunião a todos, em especial para garantir a liberdade religiosa. Apesar de afirmar a “existência de gravíssimos indícios da eventual fuga”, o fato é que o ex-Presidente foi preso em sua casa, com tornozeleira eletrônica e sendo vigiado pelas autoridades policiais. Além disso, o estado de saúde de Jair Bolsonaro é delicado e sua prisão pode colocar sua vida em risco. A defesa vai apresentar o recurso cabível.” (TERRA)