Um em cada cinco brasileiros é obeso, condição que atinge 13% das crianças entre 5 e 9 anos.
Este sábado (4 de março) é o Dia Mundial da Obesidade, data importante para chamar a atenção para um dos principais problemas de saúde que atingem a população brasileira. A obesidade só cresce no Brasil. Um em cada cinco brasileiros é obeso, ou seja, está com o índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30, segundo a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, divulgada ano passado. Segundo o Ministério da Saúde, 13% das crianças entre 5 e 9 anos estão obesas e 7% dos adolescentes de 12 a 17 anos.
Reflexo é o aumento de 85% no número de cirurgias bariátricas no país, entre 2011 e 2018, saltando de 34,6 mil para 64 mil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) usando dados do DataSUS e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Para a maioria dos obesos, no entanto, não é necessária a cirurgia, procedimento com grandes impactos na vida da pessoa. A solução muitas vezes é consultar-se com médicos especialistas que orientarão e ajudarão o paciente a controlar a obesidade e resgatar o bem-estar. “é fundamental respeitar a individualidade e a história de vida de cada paciente para que possamos definir o melhor tratamento”, explica Dr. Adriano Fróes, especialista em Medicina do Esporte do Instituto de Moléstias Cardiovasculares – IMC, de Rio Preto.
Dr. Adriano explica que a obesidade está inserida em um contexto de doenças crônicas inflamatórias não transmissíveis, que predispõem a pessoa a uma série de outras comorbidades, como doenças cardiovasculares, endócrinas e metabólicas e ortopédicas.
É muito importante, portanto, que a avaliação e o acompanhamento do paciente envolvam uma equipe multidisciplinar, que pode contar com médico do esporte, cardiologista, endocrinologista, nutricionista, psicóloga, entre outros. “A obesidade tem impactos em todo o organismo, inclusive físicos e mentais, o que demanda a atuação de vários especialistas”, afirma Dr. Adriano, que, inclusive, reduziu seu peso de 126 para 88 quilos e hoje é triatleta.
Segundo a médica endocrinologista Mariana Mendes, é fundamental avaliar as causas que levaram ao excesso de peso, bem como investigar possíveis morbidade associadas. “A obesidade pode ter várias causas, que podem ser genéticas, emocionais, estilo de vida e até do ambiente em que a pessoa vive”, diz a endocrinologista do IMC. “A obesidade é uma doença crônica, não tem cura, mas há controle, por isso o acompanhamento é imprescindível. O aumento da ingestão calórica e a diminuição de atividade física são fatores determinantes ambientais mais fortes”, completa.
Por isso, o Instituto de Moléstias Cardiovasculares – IMC, de Rio Preto, conta com especialistas de diferentes áreas como os da Medicina do Esporte, cardiologia e a endocrinologia, que buscam tratar e controlar a obesidade, diminuindo o risco cardiovascular e alguns tipos de cânceres.
A médica endocrinologista Mariana Mendes explica “a obesidade apresenta inúmeras complicações, e, de acordo a individualidade, ela pode desencadear, por exemplo, diabetes mellitus tipo 2, doença do refluxo gastroesofágico, apneia do sono, hipertensão arterial, problemas ortopédicos entre outras doenças. Logo, a obesidade leva os pacientes a viverem menos e com pior qualidade de vida.”
“Independentemente do índice de massa corporal, o excesso de adiposidade visceral ( a famosa barriguinha de chope) já predispõe o organismo a desordens hormonais, resistência insulínica, inflamação oxidativo, distúrbios metabólicos, tanto em homens quanto em mulheres” destaca a Dra. Mariana.
Enquanto trata as causas do ganho de peso, o paciente, após avaliação da equipe da Medicina do Esporte, irá iniciar a prática de exercício físico mais adequado, levando em consideração características individuais, histórico de vida, preferências e hábitos, explica Dr. Adriano.
“Escolhas inteligentes para uma vida saudável, como a prática regular de exercícios, reeducação alimentar, atenção para qualidade do sono e saúde mental, são importantes para a pessoa reduzir seu peso, obviamente aliadas às possibilidades de tratamento farmacológico disponíveis, respeitando os critérios e indicações para cada caso”, afirma o médico do IMC.
Ao decidirem praticar exercício ou esporte, muitos pacientes ficam em dúvida. “A eles, sempre enfatizo que, para adotar este hábito de vida, comecem com o que gostam de fazer, seja caminhada, dança desde que coloquem o corpo em movimento”, diz Dr. Adriano.