Dia da Cidade – Piloto de jatos aposentado, Nicola Lupo, vive em Votuporanga

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O piloto de jatos votuporanguense Nicola Lupo

Neto, filho e sobrinho de pilotos, Nicola Lupo Neto acumulou 20 mil horas de voo em 40 anos de aviação.

DA REDAÇÃO

Nicola Lupo Neto, 63 anos, atualmente aposentado reside em Votuporanga. É casado com a votuporanguense Josélia Poiani e tem duas filhas, Giulia, de 27 anos e Sophia de 21. É filho de Vicente Lupo (in memorian), veterano piloto de aviões; além de ter em sua família vários aviadores, como o tio Getúlio Rodrigues de Lima (irmão da sua mãe, Juraci Lima Lupo – in memorian); de João Borges (in memorian) seu avô e pai da sua mãe; sua madrinha Núncia Lupo (irmã do avô); do tio Jair Ferreira, além do irmãos Marcos (já falecido), Paulo (atual comandante de Lear Jet nos Estados Unidos) e o sobrinho Rafael (filho do Paulo).

Nicola Lupo saiu de Votuporanga em 1977 para São Carlos e posteriormente Ribeirão Preto para fazer cursinho. “Em 1978 fui pra São Paulo fazer faculdade de engenharia no Mackenzie. Como vivi em uma família de pilotos pai, tios e avô foi natural minha aptidão para a profissão.”

“Vivi fora de Votuporanga por 43 anos, mas nunca deixei de ser votuporanguense. Vinha com frequência ver os pais e irmãos. Em 1980 tirei meu Brevet  com a condição de entrar em uma boa empresa aérea. Durante três anos tirei as habilitações que me faltavam e em 1984 o Cmte Lopes Oliveira, filho do professor votuporanguense, Benedito Lopes de Oliveira, então piloto da Varig, conseguiu me matricular na escolinha de formação de pilotos da Varig em Porto Alegre, onde fiquei por dois anos.”

O Cmte Lopes Oliveira (Joca), Vicente Lupo e Nicola a caminho de Frankfurt

“Em 1986 entrei definitivo. Passei pela Rio Sul logo em seguida voei por dois anos o ELECTRA II na ponte aérea Rio/São Paulo. Em 1990 passei a voar o Boeing 747 (Jumbo) internacionalmente como Copiloto até  1998 quando fui promovido a Comandante no Boeing 737 em voos nacionais, e em 2004 fui para o Boeing 767 como comandante de voos internacionais, onde tive a oportunidade de voar com frequência para América do Sul, Europa, Estados Unidos e Japão.”

“Com a falência da Varig fui voar na Azul por dois anos até que em 2010, passei a voar jato executivo no grupo Jereissati. Em 2013 fui convidado a voar para família Moreira Salles do  Itaú Unibanco e em 2015 passei definitivo para o Itaú e me aposentei em 2020.

Nicola, como piloto de aviões conheceu 29 países em 40 anos de profissão, tendo contabilizado 20 mil horas de voo. Em todo esse tempo na aviação Nicola conta que sempre teve voos tranquilos e favoráveis, mas lembra: “Certa ocasião decolando de Lima (Peru) com destino a São Paulo com um Jumbo 747 equipado com 4 motores, ocorreu que após 20 minutos de voo, durante a subida, tivemos um problema sério de alta temperatura em um dos motores da asa direita. Tivemos que desligá-lo e como o pico mais alto  da Cordilheira na rota que estávamos voando  era de aproximadamente 21.000’ pés, tivemos que  seguir alguns protocolos especiais para o caso.  Como estávamos trimotor voamos direto para o Rio de Janeiro onde era a manutenção da Varig e não pousamos em São Paulo nosso destino inicial”, contou.

O que o fez voltar para Votuporanga?

“Na realidade eu vivi fora de Votuporanga, mas sempre pensei em um dia voltar. Aqui é minha terra e dos meus pais, sendo assim foi uma coisa natural. Um dos motivos da volta foi para cuidar da propriedade agrícola que meu pai deixou para os filhos”.

O que mais sente falta em Votu?

“Das noites gostosas que tínhamos há 40/50 anos atrás, dos bailes e do carnaval de rua e de clube”.

E o que mais gosta daqui?

Da vida tranquila e pacata que ainda o interior mantém; Da relação entre pessoas que se perdeu nas cidades grandes.

Nicola atualmente divide seu tempo em Votuporanga numa propriedade agrícola onde possui uma criação de vacas e curte viajar de moto, tanto que na ultima quinzena foi para Portugal com a esposa Josélia, onde alugaram uma motocicleta Huskvarna de 900 cilindradas e foram para a Espanha.

Recentemente Nicola e sua mulher Josélia fizeram uma viagem em uma motocicleta Huskvarna de 900 cilindradas entre Portugal e Espanha