Dezembro Laranja: SanSaúde faz alerta para riscos dos cânceres de pele

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Dermatologista Dra. Josiane Andrella explicou sobre os casos mais comuns e como se prevenir.


Com a chegada da estação mais quente, os cuidados com a pele precisam ser redobrados, já que o tempo de exposição ao sol aumenta nesta época. A falta de proteção na pele pode causar diversos problemas dermatológicos como desidratação, envelhecimento precoce, assim como pode aumentar o risco de cânceres de pele.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia criou a campanha Dezembro Laranja com a finalidade de conscientizar a população sobre a prevenção aos cânceres de pele. A iniciativa tem como objetivo alertar sobre os sinais para diagnóstico e tratamento precoces, aumentando as chances de cura.

O SanSaúde apoia a causa e conversou com a médica dermatologista, Dra. Josiane Andrella. Ela ressaltou que a exposição solar (principalmente durante a infância) é o maior fator de risco para os cânceres de pele mais comuns, porém ainda há o fator genético, grandes queimaduras, exposição à radiação, entre outros.

Sintomas

Dra. Josiane frisou que a maioria das lesões de cânceres de pele não tem sintomas. Por isso, é tão importante a avaliação do médico dermatologista. “Quando dão sinais, os principais são sangramento e dificuldade para cicatrizar”, disse.

Os tipos mais comuns

A médica identificou os tipos mais comuns:

Carcinoma basocelular (CBC): o mais prevalente dentre os cânceres de peles. Pode ser curado na maioria das vezes, principalmente se detectado precocemente. Os CBCs surgem mais frequentemente em regiões expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas, mas podem aparecer, mais raramente, em áreas não expostas ao sol. Podem se manifestar como uma “pinta” avermelhada, às vezes brilhante, que surge e que não cicatriza e pode sangrar com facilidade!

Carcinoma espinocelular (CEC):  segundo mais prevalente e, assim como os outros tipos de cânceres da pele, a exposição excessiva ao sol é a principal causa, mas não a única. Alguns casos da doença estão associados a feridas crônicas e cicatrizes na pele, uso de drogas antirrejeição de órgãos transplantados e exposição a certos agentes químicos ou à radiação. Normalmente, os CECs têm coloração avermelhada e se apresentam na forma de machucados ou feridas espessos e descamativos, que não cicatrizam e sangram ocasionalmente. Eles podem ter aparência similar à das verrugas. Somente um médico especializado pode fazer o diagnóstico correto.

Melanoma: tipo menos frequente dentre todos os cânceres da pele e tem o pior prognóstico, é muito mais grave e com alto índice de mortalidade. Embora o diagnóstico de melanoma normalmente traga medo e apreensão aos pacientes, as chances de cura são de mais de 90%, quando há detecção precoce da doença. Em geral, tem a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos. Porém, a “pinta” ou o “sinal”, em geral, muda de cor, de formato ou de tamanho e pode causar sangramento. Por isso, é importante observar a própria pele constantemente e procurar imediatamente um dermatologista caso detecte qualquer lesão suspeita. Essas lesões podem surgir em áreas difíceis de serem visualizadas pelo paciente, embora sejam mais comuns nas pernas, em mulheres; nos troncos, nos homens; e pescoço e rosto em ambos os sexos. Além disso, vale lembrar que uma lesão considerada “normal” para um leigo pode ser suspeita para um médico.

Protetor solar

A dermatologista explicou sobre o uso de protetor solar. “Precisa ser utilizado todos os dias, inclusive nublados ou chuvosos porque a radiação ultravioleta não é bloqueada pelas nuvens”, disse.

Sobre qual é o mais recomendado, ela contou que a sigla FPS significa Fator de Proteção Solar, e, geralmente, vem associada de um número. “Esse fator demonstra a capacidade de manter a pele protegida da radiação. Por exemplo, com um fator de proteção igual a 30, a pessoa fica trinta vezes mais protegida do que se estivesse sem o produto. Com FPS 60, sessenta vezes mais, e por aí em diante. Lembrando que para isso é necessário usar a quantidade recomendada”, complementou.

Uso de maquiagem

A especialista alertou que o uso da maquiagem com fator de proteção não dispensa o protetor solar, “visto que a quantidade de maquiagem que aplicamos é menor do que a quantidade correta e necessária para proteção efetiva. Portanto, aplique seu protetor e finalize com a maquiagem ou utilize protetor solar com cor!”, destacou.

Prevenção

A prevenção é a não exposição solar e, quando ocorrer, usar filtro solar a cada três horas, chapéus, roupa de manga longa, óculos de sol e visitar regularmente o dermatologista. “O diagnóstico precoce é realizado pelo médico. Por isso, a importância da visita anual ou assim que surgir algo diferente na pele”, finalizou.