Corte de árvores em frente à Escola Enny Tereza Longo Fracaro causa revolta em vizinhos 

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Foto: Reprodução 

Iniciativa faz parte de um programa de melhorias que o governo de São Paulo vem realizando para readequar estruturas prediais em algumas escolas do Estado. Pelo projeto, nas calçadas ao redor da unidade escolar, rampas de acessibilidade serão construídas, o que envolvia a necessidade de supressão de algumas árvores.


Nesta sexta-feira (21.jan) a reportagem do Diário foi procurada pelo morador do bairro Pozzobon, em Votuporanga/SP, Sérgio Ricardo de Miranda, que revelou uma situação que incomodava não só a ele, mas também seus vizinhos.

Acostumado há 30 anos com uma vizinhança escolar, já que mora exatamente do outro lado da rua em relação à Escola Estadual Profª. Enny Tereza Longo Fracaro, ele acompanhou de perto o local se tornar amplamente arborizado, inclusive, com árvores frutíferas, como tamarindeiro, jaca e amora; e assim, refúgio de pássaros.

Contudo, uma operação na última segunda-feira (17.jan) resultou na derrubada de aproximadamente 20 árvores causando revolta em alguns moradores e gerando diversas reclamações. O motivo seria a construção do muro do prédio e melhorias como rampa de acessibilidade.

No entanto, a quantidade de árvores suprimidas foi julgada ‘excessiva’ por Sérgio Ricardo que relembrou: “É muito triste ver uma devastação dessas, isso é um assassinato de árvores, uma violência contra o meio ambiente. Não acredito que não havia outra possibilidade de se construir ou reformar sem precisar destruir tudo desta forma”, explicou.

O morador ainda relembra com emoção e tristeza: “Me lembro em 1992, meu pai que já é falecido brigava com os alunos para não quebrarem os galhinhos das árvores, e hoje elas cresceram. Aí, em uma hora vem esse pessoal com os motosserras e destroem tudo. São 30 anos de história que eles cortaram aqui”, finalizou.

O educador ambiental Abilinho Calile foi mais enfático: “Quando a pessoa tem cérebro ela acha uma solução, quando ela é um sem mente ela usa o motosserra. É uma barbaridade, não tem explicação para uma coisa dessas. Eu fiquei sabendo que estão dizendo que a ordem veio de São Paulo, e que vão arrumar o muro e a calçada, te digo, os operários iriam achar excelente trabalhar nas sombras daquelas árvores. Ninguém está se conformando, o pessoal do entorno todo está revoltado com isso. Acho que cortaram também porque acham que fica escuro a rua à noite, ao invés de iluminarem o local eles arrancam as árvores. É inacreditável”, concluiu.

Nas redes sociais, dezenas de internautas deixaram comentários de desaprovação às medidas de supressão das árvores.

A reportagem não conseguiu falar com o diretor da unidade escolar.

A Saev Ambiental foi procurada e explicou que supressão das árvores faz parte de um programa de melhorias que o governo de São Paulo vem realizando para readequação nas estruturas prediais em algumas escolas do Estado, dentre elas na “Profª. Enny Tereza Longo Fracaro”. Pelo projeto, nas calçadas ao redor da unidade escolar, rampas de acessibilidade serão construídas, o que envolvia a necessidade de supressão de algumas árvores.

“A Saev Ambiental esteve no local para o parecer técnico, o diagnóstico das espécies, e avaliação do projeto. Foi dada a autorização para a retirada de algumas espécies, que inclusive, eram inapropriadas para o plantio no local, dentre elas, jaqueira, tamarindeiro e gravioleira. Essas espécies não são indicadas para o plantio em passeio público sob o risco de acidentes envolvendo alunos e demais pedestres que passam diariamente no entorno da escola.”

A autarquia ainda salientou que durante o trabalho de diagnóstico realizado pelo Departamento de Meio Ambiente, foi possível verificar que as raízes de algumas árvores causaram sérias rachaduras, derrubando parte do muro da escola. Essas raízes também danificaram grande parte do calçamento inviabilizando a passagem das pessoas, que em alguns trechos, precisavam seguir pela rua. 

A Saev Ambiental ainda esclareceu que será feito o plantio de novas espécies arbóreas adequadas para o local, além da doação de novas mudas para a autarquia como (compensação ambiental).