Andrés Sanchez fechou o negócio na última quinta-feira, mas não revelou o nome da empresa nem o valor da transação.
O Corinthians fechou acordo para o naming rights de sua arena. Seis anos depois da inauguração do estádio em Itaquera, palco da abertura da Copa do Mundo de 2014, o clube assinou na quinta-feira da semana passada contrato estimado em R$ 300 milhões pela concessão do nome da arena pelos próximos 20 anos. O valor não é confirmado pelo clube, assim como outros detalhes da transação. O nome da empresa também é guardado a sete chaves e será divulgado oficialmente em 1º de setembro, data em que o Corinthians completará 110 anos.
A parceria ajudará no pagamento da dívida do estádio e também no time de futebol, como queria o presidente Andrés Sanchez. Ainda não está definido como a marca será utilizada totalmente no clube. O site UOL informou nesta quinta-feira que se trata da Hypera Pharma, conglomerado farmacêutico que já foi parceiro do Corinthians num passado recente. Andrés não confirma nem nega. Procurada pelo Estadão, a empresa não retornou as chamadas. Em 2010 e 2011, o clube estampou em sua camisa a marca Neo Química, pertencente ao grupo em questão. Nesta semana, também foi ventilado o nome da empresa Magazine Luiza, a Magalu, mas a empresa negou a informação. Disse não estar negociando com o Corinthians para batizar o seu estádio.
O naming rights da arena conta com aprovação da Odebrecht e da Caixa Econômica Federal, com quem o clube se endividou para construção da obra. O banco informa que o Fundo da Arena Corinthians deve R$ 536 milhões. O clube contesta e diz que a dívida está em torno de R$ 485 milhões. A discussão foi parar na Justiça no ano passado, mas o processo está suspenso para tentativa de negociação. Com a construtora, o Corinthians alega ter quitado boa parte do que deve. A Odebrecht fala em R$ 160 milhões.
O presidente Andrés Sanchez vem dando pistas na sua conta do Twitter sobre a negociação. Nesta quinta-feira, ele escreveu: “Parabéns, bem-vinda, vai, Corinthians”, sem dar mais pistas sobre o que estaria falando. Pessoas ligadas a ele dizem que é sobre a promessa feita no passado de conseguir o dinheiro para bancar o estádio do time. No domingo, ele postou: “Estamos bem perto. Já já vem, mas nunca esteve na camisa do Timão”. O recado serviria para afastar a hipótese de que a nova parceira seria a Hypera Pharma e o Magalu, ambas as empresas já estamparam suas marcas no uniforme corintiano. O presidente do Corinthians comandou ele próprio toda a negociação com a empresa, com cláusulas de sigilo.
O acordo firmado na quinta passada coloca fim à principal dor de cabeça da diretoria nos últimos anos. O Corinthians tenta vender os naming rights do seu estádio desde o início das obras. São dez anos. A demora para fechar um acordo geraram dívidas e processos na Justiça. Em 2012, o então vice-presidente Luis Paulo Rosenberg chegou a comentar que estava próximo de um final feliz e disse que negociava com empresas voltadas para o setor de consumo. Não deu certo.
Andrés, nesse período, comentou que quem oferecesse R$ 400 milhões garantiria o naming rights da casa alvinegra. Esse era o valor pedido na inauguração do estádio – R$ 100 milhões a mais do que o Palmeiras conseguiu com o Allianz Parque. O processo do Corinthians para obter um parceiro foi mais desgastante do que seu rival. A seguradora Allianz fechou rapidamente com a WTorre para explorar o nome da arena alviverde por 20 anos antes da construção do local.