Gustavo Gomes Furlani – Presidente Interino do Rotaract Club de Votuporanga
O Rotaract é uma comunidade global de jovens que causa mudanças positivas no mundo, compartilham ideias e desenvolvem habilidades de liderança. Um lugar onde se conhecem pessoas com os mesmos ideais. Um programa do Rotary Internacional (RI) onde é possível desenvolver a liderança e agir nas comunidades das mais diversas formas, através de serviços voluntários, indo muito além de uma simples organização mundial, é um lugar onde seus integrantes passam a ter um novo ideal de vida!
O primeiro Rotaract Club foi formado na Califórnia, para oferecer aos jovens a oportunidade de se conectarem e entrarem em ação para fazer o bem.
Gustavo Gomes Furlani – Presidente Interino do Rotaract Club de Votuporanga, no Ano Rotário 2020-2021, em entrevista, fala sobre o trabalho do seu Clube:
DV: – O que é o Rotaract?
O Rotaract é um programa do Rotary International, uma das maiores e mais respeitadas organizações humanitárias do mundo e que é membro da Organização das Nações Unidas (ONU). Somos uma rede global, formada por jovens a partir dos 18 anos, que tem como principal objetivo compartilhar ideias e projetos para encarar os desafios da humanidade de uma nova maneira.
DV: – Fale sobre alguns trabalhos voltados à comunidade já realizados em nosso município pelo Rotaract
O nosso Clube já realizou diversos projetos em nossa cidade, que vão desde aqueles voltados ao meio ambiente, como o Germinar e o Enduro a Pé (que é o mais tradicional), existem projetos destinados especialmente ao amparo a comunidade mais carente como o Natal e o Páscoa Solidária, o Criança Feliz, entre outros. Eu não poderia deixar de citar as nossas Pizzas Solidárias e o Almoço do Rotaract, que destina sua arrecadação para a realização de todos os projetos comunitários do Clube, ao longo de todo o Ano Rotário. Não podiam ficar de fora desta lista também as campanhas em prol da vacinação contra a Poliomielite e Sarampo, e as de prevenção e combate à Dengue.
DV: – Como foi para o Rotaract realizar trabalhos nesse primeiro ano de pandemia e quais as dificuldades encontradas?
As dificuldades foram muitas, principalmente no começo da pandemia, tenho que admitir. Mas depois nos adaptamos e seguimos com as reuniões on-line e foi nesse contexto de virtualização das nossas ações que surgiram dois projetos incríveis: “Sinais que Informam” e “Máscara para mim, máscara para você”, em que o nosso foco foi transmitir, por meio da linguagem brasileira de sinais (LIBRAS), todas as informações relacionadas ao Coronavírus para a população surda do município e ainda entregar 50 máscaras para essa mesma comunidade, por intermédio de duas voluntárias: a Olívia Menóia e a mãe dela, dona Lúcia.
Foi também, em dezembro, mesmo com as dificuldades financeiras impostas pela pandemia, que realizamos o Natal Solidário, em que arrecadamos diversos itens de higiene pessoal, limpeza, alimentação, além de panetones e chocotones, e destinarmos em forma de cestas básicas para a Associação Irmão Mariano Dias (Cuim). Foram doadas pelo menos 12 cestas repletas de muito alimento, amor e carinho.
DV: – Por que ser Rotaractiano?
Além de todo o serviço que prestamos à comunidade votuporanguense como voluntários, o jovem rotaractiano tem a oportunidade de desenvolver habilidades que só um programa como o Rotaract é capaz de oferecer, tal como a capacidade de liderança, o trabalho em equipe, a oratória, uma maior facilidade para tomada de decisões, uma maior argumentação e um bom desempenho profissional. E, se somado a tudo isso, você busca a união entre os povos, a justiça, a boa amizade, o companheirismo, o conhecimento, o servir, a paz e o interesse coletivo, você já sabe o porquê de ser um Rotaractiano.
DV: – Há quanto tempo existe o Rotaract e quais os projetos futuros em prol da comunidade?
No mundo, o Rotaract existe desde 13 de março de 1968. Já o Rotaract Club de Votuporanga foi fundado em 1º de julho de 1998. São exatos 22 anos de muita história, projetos e liderança jovem em nossa cidade.
Nossos próximos projetos se concentrarão em arrecadar tampinhas de garrafas e lacres, pelo período de 30 dias, e que serão destinados, ao final, a uma entidade beneficente do município. Esses materiais geralmente são vendidos e trocados por insumos, alimentos ou equipamentos como cadeiras de rodas. Um outro projeto, que também terá duração de um mês, vai buscar arrecadar 30 litros de óleo da sociedade para a confecção de sabão. A ideia é impedir que esse material que seria descartado do meio ambiente possa ser reutilizado na fabricação de sabão, e ajudar famílias carentes nas práticas de higiene pessoal, como meio de prevenção ao coronavírus.
DV: – Como os jovens podem se tornar um Rotaractiano? De que forma a comunidade pode ajudar nos trabalhos solidários do Rotaract?
Para se tornar um membro do nosso Clube, basta entrar em contato com quaisquer dos nossos associados e indicar que você tem interesse em conhecer os projetos que fazemos. Você participará de alguns das ações que estivermos realizando e, demonstrando que realmente tem vontade de “dar de si, antes de pensar em si”, pode começar a fazer parte do nosso grupo.
E vale lembrar que o Rotaract Club de Votuporanga desenvolve seus projetos por meio de doações oriundas da própria sociedade que participa das ações, almoços, rifas, arrecadações, vaquinhas e afins que promovemos. Tudo, no final, é exclusivamente destinado às populações mais carentes da cidade, de acordo com proposta de cada iniciativa. Por isso, é sempre muito importante que as pessoas apoiem às nossas ações. Sem a ajuda de todos, menos pessoas podem ser assistidas pelos nossos projetos.
DV: – Uma mensagem de esperança que você deixa para as pessoas nesse momento difícil que o mundo vem enfrentando com a pandemia
Para essa pergunta me vem à mente a frase “se não há desafio, não há transformação”, de Fred Devito. Com ela, me lembro de uma outra, de Paul Harris: “Este é um mundo em mudanças. Nós devemos estar preparados para mudar com ele. A história de Rotary terá de ser reescrita muitas e muitas vezes”. E pensando nessas duas frases apenas posso pedir às pessoas que não desanimem. Que persistam. Que a história escrita até aqui não está terminada. Que escreveremos, juntos, os próximos capítulos ensolarados das nossas vidas, que também nos proporcionarão a oportunidade de continuarmos sendo gentis, bons e humanos uns para com os outros. Que as perdas materiais que tivemos nesse último ano, por mais dolorosas e quase implacáveis que pareçam ser, não ofusquem a nossa capacidade de podermos sonhar acordados e de seguirmos em frente. Afinal, estamos em movimento, somos pessoas em ação. E esse também é o nosso propósito para com a sociedade. Rotaractianamente, são nossos votos de humanidade!
Em um mundo onde cada vez mais vale a regra do “Cada um por si, Deus por todos”, pode parecer estranho, mas ainda existem sim aqueles que conseguem fazer a diferença por livre e espontânea vontade e sem esperar nada em troca.
(Colaborou – Andrea Anciaes)