Combate ao Fumo: Médico dá dicas para quem quer largar o vício

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Dr. Ernesto Hoffmann antecipou novo projeto do SanSaúde, com grupo de abandono ao tabagismo.


O Dia Nacional de Combate ao Fumo foi comemorado em 29 de agosto. A data foi criada em 1986 pela Lei Federal 7.488 com a finalidade de conscientizar a população sobre os danos causados à saúde e reforçar ações nacionais para prevenção e combate ao tabagismo.

E o SanSaúde apoia essa campanha. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa de morte evitável no planeta, sendo considerado, portanto, um problema de saúde pública.

O médico da Família e da Comunidade do SanSaúde, Dr. Ernesto Hoffmann, destacou o impacto do cigarro na saúde. “O hábito de fumar está relacionado a muitas doenças. Ao fumar são introduzidas no organismo mais de 4.700 substâncias tóxicas, incluindo a nicotina (responsável pela dependência química), monóxido de carbono (o mesmo gás que sai do escapamento de automóveis) e o alcatrão, que é constituído por cerca de 50 substâncias pré-cancerígenas. É considerada a maior causa prevenível de doenças e morte”, destacou.

Fumantes passivos

Os malefícios também ocorrem para os fumantes passivos. “São considerados fumantes passivos todos aqueles que inalam a fumaça do cigarro simplesmente por estarem próximos a fumantes. Sintomas como tosse, irritação nos olhos, dor de cabeça, coriza, náuseas e o agravamento de doenças respiratórias são alguns dos problemas de curto prazo para essas pessoas. Mas é sabido que no longo prazo doenças respiratórias crônicas, cardiovasculares e até mesmo câncer de pulmão podem surgir nas pessoas que convivem com tabagistas”, complementou.

Atenção aos cigarros eletrônicos e narguilés

O médico fez um alerta quanto aos cigarros eletrônicos e narguilés. “Inicialmente achava-se que o cigarro eletrônico seria uma boa alternativa para o abandono do tabagismo. No entanto nos países onde este costume deu certo descobriram novos tipos de doenças causadas pelo vapor destes cigarros. Quadros de saúde muito semelhantes são causados pelo narguilés. Como tudo é muito novo, ainda não se sabe exatamente as consequências de curto e longo prazo destas doenças. Desta feita, a prevenção, ou seja, o evitar se utilizar, ainda continua sendo a melhor alternativa”, frisou.

Dicas para parar de fumar

Dr. Ernesto destacou que o primeiro passo é querer de verdade parar de fumar. “Existem os chamados estágios motivacionais, e muitas pessoas em diversas oportunidades tentam largar o hábito tabagista por pressão familiar e não por verdadeiramente ter essa vontade. Na chamada fase de Pré-contemplação, o indivíduo nem ao menos considera a possibilidade de mudar ou não se preocupa com a questão. Tentar parar de fumar nesta etapa usando algum medicamento é uma grande ilusão. Já na fase de Contemplação, ele admite o problema, é ambivalente e considera adotar transformações eventualmente. Esse é o melhor momento para se passar informações sobre grupos de abandono de tabagismo e outras orientações. Quando já se está suficientemente motivado, que são nas fases de Preparação, onde se criam condições para as alterações, se planeja, e se revisa tentativas passadas, e de Ação, onde a pessoa já implementa atitudes ambientais e comportamentais e investe tempo e energia na execução deste projeto”, explicou.

O profissional adiantou que o SanSaúde está implementando um projeto voltado para os fumantes. Os trabalhos devem começar na segunda quinzena de setembro. “A iniciativa vai funcionar com base nas orientações do Programa Nacional de Controle ao Tabagismo (PNCT) do Instituto Nacional do Câncer (INCA). O ato de fumar é um comportamento aprendido, desencadeado e mantido por determinadas situações e emoções, que leva a dependência devido às propriedades psicoativas da nicotina. O tratamento tem como objetivo a aprendizagem de um novo comportamento, através da promoção de mudanças nas crenças e desconstrução de vínculos comportamentais que levam ao tabagismo”, disse.

Para tanto, o plano de saúde terá um grupo de abandono ao tabagismo com encontros fora do horário comercial. “Inicialmente, será um encontro semanal e de curta duração. Os participantes serão conduzidos por médico e enfermeiros, onde, além da prescrição de medicações se reforçará o apoio mútuo e a troca de experiências”, complementou.

Benefícios para quem para de fumar

Dr. Ernesto destacou os benefícios de quem abandona o vício. “Após 20 minutos sem cigarro, a pressão sanguínea volta ao normal. Se o fumante resistir à falta da nicotina por 48 horas já percebe mudanças no olfato e no paladar. Três semanas depois, já apresenta melhor condicionamento respiratório e a melhora cardiovascular vai progredindo com o tempo de abstenção. Depois de 20 anos sem fumar, o risco de câncer de pulmão cai para o mesmo de um paciente que nunca fumou”, finalizou.