Com atraso da AstraZeneca, Votuporanga irá vacinar com Pfizer moradores aptos a receber 2ª dose 

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Medida é colocada em prática de forma emergencial, exclusivamente para completar o esquema vacinal aos que foram vacinados inicialmente com AstraZeneca, respeitando o intervalo entre as doses de 12 semanas, mediante assinatura de um Termo de Ciência específico sobre essa substituição, disponível nos postos de vacina.


Votuporanga/SP recebeu nesta segunda-feira (13), da Secretaria Estadual da Saúde, 1.074 doses do imunizante contra a Covid-19 do fabricante Pfizer, que serão aplicadas exclusivamente como segunda dose do esquema vacinal aos que foram vacinados inicialmente com AstraZeneca, respeitando o intervalo entre as doses de 12 semanas, mediante assinatura de um Termo de Ciência específico sobre essa substituição, disponível nos postos de vacina. 

A intercambialidade das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca foi chancelada pelo Comitê Científico do governo do estado de São Paulo e pelo Programa Estadual de Imunização, que embasaram a decisão em estudos da Organização Mundial de Saúde e orientações do próprio Ministério da Saúde. 

A decisão também foi aprovada em deliberação bipartite com o Conselho dos Secretários Municipais de Saúde de São Paulo (Cosems). 

Ainda conforme nota da Prefeitura de Votuporanga “Todos os postos de vacinação seguem, durante a semana, em funcionando normalmente das 8h às 15h e sem previsão de plantão. Para a faixa etária do público idoso, não está prevista nenhuma alteração até o momento”. 

Contudo, o documento enviado ao Diário não esclareceu se votuporanguenses que estavam agendados para imunização nos últimos dias sofreram prejuízos devido a falta das doses.

Ministro da Saúde, Queiroga diz que campanha de vacinação é ‘sucesso’ e que reclamação por falta de doses é ‘narrativa’ 

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta segunda-feira que a campanha de vacinação contra a Covid-19 no Brasil já é “um sucesso”. O ministro disse ainda que a reclamação de que falta vacina para aplicação da segunda dose é uma “narrativa”. 

No contexto político atual, a palavra “narrativa” é usada de forma pejorativa para apontar uma versão dos fatos que não corresponde à realidade. 

Queiroga afirmou que estados não respeitaram as orientações do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e aceleraram, por exemplo, a antecipação dos intervalos entre doses e a vacinação dos adolescentes. “Eu também falei que quem adotasse esquemas diferentes do PNI não teria garantias de doses”, disse Queiroga. 

“Por conta disso (desrespeito ao PNI) que surgem essas narrativas que falta dose. Na realidade, muitos já avançaram além (dos públicos previstos), e se avançaram é porque tinha doses”, afirmou Queiroga em Brasília/DF. 

Queiroga afirmou que há “reclamadores crônicos” no país e usou sua recente visita ao Amazonas para criticar diretamente o estado de São Paulo. 

“Por que em uma comunidade ribeirinha tem vacina e no principal estado do país não tem? É porque lá no Amazonas estão seguindo as orientações do Programa Nacional de imunização. Você pode ver: quem reclama? Quem são os reclamadores crônicos? E aí você verifica as publicidades que fizeram. Não foi o Ministério da Saúde que fez a publicidade (do avanço na vacinação)”, disse Queiroga. 

Na semana passada, o governador João Doria (PSDB) afirmou que que vai entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) caso não receba cerca de 1 milhão de doses da AstraZeneca que, segundo ele, estão em atraso e seriam destinadas para a aplicação da segunda dose no estado.