Chuva de meteoros: astrônomo dá dicas para observar fenômeno nesta semana 

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Chuva de meteoros pode ser vista do interior de SP — Foto: Reprodução/Facebook/Arquivo

Chuva de meteoros Eta Aquáridas tem pico entre quinta (5) e sexta-feira (6); astrônomo de Nhandeara/SP, Renato Poltronieri explica como ocorre o fenômeno e como visualizá-lo melhor.


Uma chuva de meteoros promete enfeitar o céu do noroeste paulista nesta semana. Trata-se da Eta Aquáridas, que ocorre quando a Terra atravessa o rastro de poeira deixado pelo Cometa Halley.

De acordo com o astrônomo de Nhandeara/SP, Renato Poltronieri, que integra a Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon), o pico da chuva de meteoros vai ocorrer entre quinta (5) e sexta-feira (6).

“A constelação de Aquário, de onde vem esta chuva, surge antes de amanhecer do dia 6. Então, se quiser ver algo, tente observar a partir das 3h30. Sempre procurando observar o céu em local mais limpo, sem poluição luminosa. O interior sempre favorece por ter cidades pequenas”, explica Renato.

Nuvem de fragmentos do Cometa Halley (pontos brancos). Os fragmentos atingem a Terra de Sul para Norte entre 05 e 06 de maio gerando a Eta Aquaridas, e de Norte para Sul em 21 de outubro, gerando a Oriónidas — Foto: meteorshowers.org/BRAMON/Divulgação

“Pode ocorrer um aumento no número de meteoros. Porém, nos últimos anos, essa chuva está meio fraca. Os cálculos indicam até 40 meteoros por hora, mas não podemos confiar nisto e sim apenas observar.”

A chuva de meteoros Eta Aquáridas começou no dia 21 de abril, vai até 12 de maio e tem melhor visibilidade no Hemisfério Norte. Porém, no Brasil é possível prestigiar o fenômeno em condições ideais, segundo o astrônomo. Confira: 

  • Opte por observar o céu no horário de pico da chuva de meteoros, a partir das 3h30 dos dias 5 e 6;
  • Vá a uma área onde não haja poluição luminosa;
  • Acompanhe se não há previsão de chuva, pois dificulta a visibilidade dos meteoros; 
  • Para facilitar a localização da Constelação de Aquários há aplicativos que “escaneiam” o céu, como o Star Chart, Stelarium e Star Walk;
  • Não há necessidade do uso de lunetas ou telescópios.

“Aqui em Nhandeara eu tenho seis câmeras monitorando o céu, desde 2014, e não temos mais chuvas maravilhosas como antes. A cidade com baixa poluição luminosa, no caso em Nhandeara ou proximidades de Votuporanga, continua sendo um bom local para observar”, diz Renato.

Taxa média de meteoros por hora esperada para cada região do país durante a máxima em condições ideais — Foto: BRAMON/Divulgação

Chuva de meteoros mais fraca

O astrônomo explicou o motivo pelo qual a chuva de meteoros tem se tornado mais fraca com o passar dos anos.

No caso da Eta Aquáridas, os rastros do Cometa Halley se espalham pelo espaço com o passar dos anos devido aos ventos solares, por exemplo. Por isso a duração da chuva de meteoros tem se tornado maior, mas menos intensa.

“Para a gente comparar, um exemplo é uma pessoa que fuma. Quando a gente assopra a fumaça do cigarro, faz aquele rastro. Suponhamos que aquele é o rastro que o cometa deixou. Isso há muitos e muitos anos. No caso do Halley, não é a passagem de 1910 ou de 1986, é de milhares de anos atrás. É a fumaça, aquela trilha, ao longo dos anos, vai se espalhando no espaço por ventos solares e outros fatores que levam o espalhamento.” 

“A chuva de meteoros que era de dois ou três dias agora varia de 10 a 12 dias, porque fica uma camada maior. Porém, a grande concentração de partículas que a gente via no passado se espalharam e é o que infelizmente vem acontecendo nos últimos anos. A gente não tem mais uma chuva de meteoros como antes.”

*Informações do g1