Caminhada pelo fim da violência contra as mulheres e meninas

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O Grupo Mulheres do Brasil, por meio do seu Comitê de Combate à  Violência contra a Mulher e Meninas, convoca toda a sociedade a se unir por  uma causa que diz respeito a todo mundo: o fim da violência contra as mulheres.


A violência contra mulheres e meninas constitui-se em uma das principais formas de violação dos seus direitos humanos, atingindo-as em seus direitos à vida, à saúde e à integridade física. Ela é estruturante da desigualdade de gênero.

A violência contra as mulheres se manifesta de diversas formas. Pesquisas apontam para esta amplitude, definindo violência contra as mulheres e meninas como “qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico, tanto no âmbito público como no privado” (Art. 1°). Além das violações aos direitos das mulheres/ meninas e a sua integridade física e psicológica, a violência impacta também no desenvolvimento social e econômico de um país.

Um dos instrumentos mais importantes para o enfrentamento da violência doméstica e familiar contra as mulheres é a Lei Maria da Penha – Lei nº 11.340/2006. Esta lei, além de definir e tipificar as formas de violência contra as mulheres (física, psicológica, sexual, patrimonial e moral), também prevê a criação de serviços especializados, como os que integram a Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, compostos por instituições de segurança pública, justiça, saúde, e da assistência social.

O Grupo Mulheres do Brasil, por meio do seu Comitê de Combate à  Violência contra a Mulher e Meninas, convoca toda a sociedade a se unir por  uma causa que diz respeito a todo mundo: o fim da violência contra as mulheres. E é com esse intuito que realiza a 4ª Caminhada pelo Fim da Violência contra as Mulheres, no dia 5 de dezembro, a partir das 9h, em vários pontos do país, como também ações no exterior. Ao todo, mais de 20 cidades participarão desta grande mobilização.

Em São José do Rio Preto, a concentração acontece às 9h no Mercadão Municipal na Rua Antônio de Godoy nº 3048, início às 10h, realizando  trajeto seguindo a extensão de saída de frente ao Mercadão Municipal passando  pela Rua Silva Jardim sentido região norte, Rua XV de Novembro, Rua Jorge  Tibiriçá, Avenida Alberto Andaló em frente a Prefeitura Municipal, Rua Silva  Jardim passando pela Câmara Municipal e retornando ao Mercadão Municipal.

O jornal Diário de Votuporanga conversou com Lana Braga (Liderança no Comitê contra violência à mulher e Vice presidente do Conselho Municipal dos direitos das Mulheres), acompanhem:

DV: Quais são as principais causas de violência contra a mulher?

“As causas são estruturais, históricas, político-institucionais e culturais. O papel da mulher foi por muito tempo limitado ao ambiente doméstico, que, por sua vez, era uma propriedade de domínio particular que não estava sujeita à mesma legislação dos ambientes públicos. Essa desigualdade de gênero gerou uma dominação por parte dos homens, onde até a fala da mulher foi privada por muito tempo, criando o estereótipo de fragilidade e de submissão.”

DV: Por que a prevenção é necessária em prol dos direitos das mulheres?

“Porque o fortalecimento e capacitação das redes de atendimento às mulheres em situação de vulnerabilidade é peça  fundamental  para que os serviços de assistência social, como o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) juntamente com o CRAM sejam fortalecidos para atuarem fortemente em programas que resgatem a auto estima da mulher.

Podemos falar também  sobre a realização de campanhas educativas, que incluam a capacitação e a produção de materiais para as escolas municipais, com discussões voltadas especificamente para a desconstrução da masculinidade tóxica. Tudo isso faz parte de uma rede de apoio para prevenir a materialização da violência contra a mulher.”

DV: Por que a violência doméstica ainda persiste no século XXI?

“Mesmo após décadas de progresso da redução das desigualdades de gênero, as mulheres ainda são objeto de discriminação e vítimas frequentes da violência doméstica. Sem falar nos salários desiguais, desproporção de acesso à carreira de nível hierárquico mais alto e baixo acesso a determinadas profissões e participação na política.  Toda essa desigualdade faz com as mulheres ainda fiquem presas em relações abusivas. Muito a se discutir e a se conquistar, um caminho longo , mais possível.”

Responsáveis pelo Núcleo Rio Preto: Kelly Jordânia, Karina Caldo e Sueli Kaiser.

 

Por Andrea Anciaes