Empréstimo poderá ser solicitado, inclusive, por pessoas que estão com o nome negativado junto ao SPC/Serasa.
A Caixa Econômica Federal liberou, nesta segunda-feira (28.mar), uma linha de crédito para os Microempreendedores Individuais, os chamados MEIs, e para os trabalhadores informais.
O empréstimo, que está disponível inclusive para pessoas que estão com o nome negativado junto aos órgãos de proteção ao crédito, como SPC/Serasa, já pode ser solicitado pelo aplicativo ‘Caixa Tem’. Ao todo, cerca de 4,5 milhões trabalhadores e MEIs poderão ser beneficiados pelo Microcrédito Digital para Empreendedores.
Os microempreendedores terão direito a um empréstimo até 3 mil reais; já para os autônomos, o limite é de mil reais. O pagamento poderá ser feito em até 24 parcelas, com juros de 1,99% ao mês, no caso dos MEIs, e de 1,95%, dos informais.
A linha de crédito chegou em boa hora para o cabeleireiro Wanderson Siqueira dos Santos, que já correu para obter mais informações sobre como obter e investir os recursos em melhorias na sua barbearia. “Aqui embaixo, eu vou montar um espaço black, para tranças, tudo para o cabelo black. E lá em cima, vou montar um espaço para barbearia. Vou comprar um sofá, bebedouro, que fica legal para oferecer para o cliente”, conta o empreendedor.
O coordenador do Centro de Estudo em Microfinanças e Inclusão Financeira da Fundação Getúlio Vargas, Lauro Gonzales, explica que é comum que pequenos empresários misturarem suas contas com as da empesa. Por isso, recomenda que os recursos obtidos por meio do crédito sejam aplicados no negócio. “Usarem os recursos para compra de estoque das mercadorias, ou para investimento de prazo maior, compra de equipamentos, máquinas, etc. Ou pagamento de dívidas cujas taxas de juros sejam mais elevadas do que as taxas que estão sendo oferecidas agora”, explica o especialista.
Os microempreendedores autorizados para obter crédito raramente têm acesso aos empréstimos. Isso porque as empresas, muitas vezes, não têm garantias solicitadas pelo sistema financeiro. Por isso, na opinião do economista, é de fato uma ajuda muito bem-vinda, mas são necessárias medidas efetivas a longo prazo. “A necessidade de discutir programas em base permanente, e não programas que sejam paliativos. Programas que socorram as empresas em momentos específicos”, acrescenta Gonzales.