Butantan retoma entregas e libera 800 mil doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde após quase um mês 

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Última entrega ocorreu no dia 14 de maio. Instituto chegou a paralisar produção por falta de insumo. Apesar dos atrasos, governador de SP manteve previsão de concluir envio das 100 milhões de doses até o final de setembro.


O Instituto Butantan liberou mais 800 mil doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde nesta sexta-feira (11). As entregas começaram a ser feitas pela manhã. Com o novo lote, o Instituto totaliza 48 milhões de doses enviadas ao Programa Nacional de Imunização (PNI) desde o início do ano.

Segundo o governador João Doria (PSDB), uma nova remessa deve ser liberada na próxima segunda-feira (14). “Vamos seguindo na produção de doses ao longo dos próximos dias, e estaremos fazendo uma entrega adicional de 5 milhões de doses, começando com essas 800 mil que estão sendo embarcadas agora para o Ministério da Saúde”, afirmou Doria.

Durante coletiva de imprensa na sede do Instituto, o governador manteve a previsão de concluir a entrega das 100 milhões de doses até o final de setembro. 

“O Instituto Butantan, aqui representado pelo Dimas Covas, seu presidente, confirma que até o final do mês de setembro nós concluiremos o nosso projeto, o contrato de entregar 100 milhões de doses da vacina do Butantan para o Ministério da Saúde”, disse.

Retomada da produção

Esta é a primeira remessa a ser enviada ao governo federal após retomada da produção da vacina, que chegou a ser paralisada em maio por conta da falta de matéria-prima. A última foi feita há quase um mês, no dia 14 de maio. 

No final do mês passado, o Butantan voltou a receber o insumo e conseguiu retomar o envase do imunizante. 

Na semana passada, em coletiva de imprensa, Doria disse que o instituto vai receber 6 mil litros de IFA (Insumo Farmacêutico Ativo), suficiente para produção de 10 milhões de doses da vacina do Butantan, no dia 28 de junho. 

A matéria-prima, enviada pela biofarmacêutica Sinovac, parceira do Butantan, passa pelos processos de envase, rotulagem, embalagem e controle de qualidade para que a vacina seja entregue ao PNI. 

Histórico

No último dia 14 de maio, o Butantan havia suspendido completamente a produção da CoronaVac por falta de matéria-prima. Cidades ao menos 18 estados chegaram a interromper a vacinação com a segunda dose por falta do imunizante.

Segundo o instituto, a partir do momento que o IFA chega ao Butantan, aguarda-se, em média, 24 horas para que seja possível iniciar o envase. Nesse período, são avaliados diversos fatores, como a variação de temperatura sofrida com a viagem.

Além do envase, os insumos também passam pelos processos de rotulagem, embalagem e controle de qualidade.

A China é fornecedora de matéria-prima para a produção tanto da CoronaVac, do Instituto Butantan, como da vacina Oxford/AstraZeneca, produzida pela Fiocruz.

O governo estadual atribuiu os entraves na importação a problemas de diplomacia causados pelo governo federal devido às constantes declarações contra a China.

Contratos com o Ministério da Saúde

O Butantan cumpriu no dia 12 de maio a entrega de todas as 46 milhões de doses da CoronaVac previstas no primeiro contrato firmado com o Ministério da Saúde para o PNI. 

Inicialmente, o montante total estava previsto para o final de abril, mas houve atraso por conta da falta de matéria-prima. 

A remessa desta sexta-feira é referente ao segundo contrato de 54 milhões de doses, que devem ser entregues até setembro. 

Veja abaixo as entregas de doses do Butantan ao ministério: 

  • Janeiro: 8,7 milhões 
  • Fevereiro: 4,583 milhões 
  • Março: 22,7 milhões 
  • 5 de abril: 1 milhão 
  • 7 de abril: 1 milhão 
  • 12 de abril: 1,5 milhão 
  • 14 de abril: 1 milhão 
  • 19 de abril: 700 mil 
  • 22 de abril: 180 mil 
  • 30 de abril: 420 mil 
  • 6 de maio: 1 milhão 
  • 10 de maio: 2 milhões 
  • 12 de maio: 1 milhão – totalizando as 46 milhões do primeiro contrato 
  • 14 de maio: 1,1 milhão 
  • 11 de junho: 800 mil 

*Com informações do g1