Brasil pede coração de D. Pedro I emprestado a Portugal para 200 anos da Independência

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Coração de D. Pedro I em uma urna na Igreja da Lapa, no Porto, em Portugal - Foto: Reprodução/TV

Solicitação foi feita à Câmara Municipal do Porto; órgão é mantido em formol em uma urna na Igreja da Lapa.


O governo brasileiro pediu à Câmara Municipal do Porto, em Portugal, para trazer ao Brasil o coração de D. Pedro I. O órgão está armazenado e conservado na Igreja da Lapa, na cidade portuguesa, há 185 anos.

A justificativa do empréstimo do coração são as celebrações dos 200 anos da independência do Brasil. A informação foi divulgada pela Agência Lusa.

O embaixador brasileiro em Portugal, George Prata, confirmou à agência portuguesa que as autoridades brasileiras já manifestaram a vontade de trazer o órgão ao Brasil temporariamente.

— O contato foi feito por mim. Quando eu estive em Portugal, estive no Porto, visitei a Câmara Municipal e tive também uma reunião com representantes da irmandade de Nossa Senhora da Lapa — afirmou Prata.

— Isso ainda está num estado inicial e há algumas considerações a serem tomadas em conta, talvez a mais importante delas seja o estado de conservação do coração e saber se ele poderia ser transferido temporariamente para o Brasil — acrescentou o embaixador.

O coração de D. Pedro I está preservado em formol num recipiente de vidro depositado na Irmandade da Lapa. Para retirá-lo, é necessária uma operação cuidadosa: primeiro uma chave para retirar uma pesada placa de cobre, depois duas chaves para remover uma grade, outra para abrir uma espécie de cofre, e a última fechadura dá acesso ao vaso de prata onde está a urna.

O órgão foi visto em público pela última vez há sete anos, quando a Câmara do Porto, guardiã das chaves da urna, autorizou que o coração fosse mostrado para um filme sobre a vida do imperador brasileiro. O coração fica conservado em formol.

De acordo com o jornal Expresso, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, não vai se opor. No entanto, o legislador municipal adiantou que vai analisar o processo com calma e sem pressa. E também pedirá o aval dos seus pares. Há a preocupação com o risco de danificar o órgão.

— Se não trouxer riscos, seria interessante ceder o coração a título devolutivo — afirmou Moreira, ao Expresso.

Em 1972, os ossos de D. Pedro I foram transferidos para o Brasil. Na ocasião, o país comemorava os 150 anos da independência de Portugal. Na ocasião, a ossada foi trazida para as margens do Rio Ipiranga, em São Paulo, onde o imperador gritou “independência ou morte”.

*Informações/O Globo