Borat 2 aborda vários problemas sociais dos EUA e claro, uma o Cazaquistão como bode expiatório
Sacha Baron Cohen agradece a Trump pela “publicidade grátis” de Borat 2. Mestre da comédia e do deboche trouxe de maneira fantástica o então Presidente dos EUA como a “bola da vez”
Andrea Anciaes
Depois de mais de uma década, precisamente quase 15 anos após o lançamento do primeiro filme, Sacha Baron Cohen volta a interpretar o irreverente repórter Borat Sagdyiev em “Borat: Fita de Cinema Seguinte” (2020), com um enredo bem mais crítico, irreverente e ácido.
Através de uma excentricidade diferente do anterior, o cazaquistanês novamente percorre pelas ruas norte-americanas à procura de furos de reportagens e das figuras estranhas do lugar, construindo pontes que conquistam todos à sua volta… inclusive, suas próprias ações.
Outra novidade observada foi à chegada de Tutar, a filha de Borat, e todos os seus dilemas. Muito centrada nos seus objetivos e observadora, a menina meio que surge como uma porta-voz do feminismo e contra o conservadorismo da sociedade tendo como ideal, estudar e trabalhar, confrontando os princípios que a impedem.
Vale ressaltar que a figura da jovem mostra que a ideologia conservadora dos EUA não é muito diferente da de seu país. Afinal ela, sofre os mesmos julgamentos em ambos lugares e tenta mudar de alguma forma essa situação.
A crítica à política de Donald Trump se mostra certeira e muitíssimo propícia, comparando o republicano a um líder que ele mesmo diz “combater”, ironicamente, bem como o espaço que o filme encontra de criticar o governo brasileiro, usando e abusando da onda de fake news.
O filme satiriza de maneira inteligente e cômica os republicanos e a classe média que apoia Trump, mostrando como esse pessoal age de maneira extremamente parecida com o povo brasileiro em relação ao atual presidente do Brasil….expõe o negacionismo de parte do povo americano….tem terraplanismo, tem anti-semitismo, tem ku Klus kan, tem machismo, anti aborto e lógico o vírus chinês de Donald Trump!
O personagem fictício Borat (Sacha Baron Cohen) adentra na realidade americana para a expor de forma amplamente popular, a nova mecânica humorística e a agregação narrativa aposta no duplo sentido, que tanto corresponde a uma mudança de paradigma para uma autoconsciente sequência cinematográfica, como reflete de imediato a problemática ativa da sociedade americana atual, de extremos políticos.
Vivemos em um momento conturbado do nosso planeta. A xenofobia, o racismo, a negação do conhecimento, trazem sem sombra de dúvidas um retardo à caminhada evolutiva de nossos espíritos.
Aceitar absorver certos tipos de absurdos nos convida à refletir sobre a sociedade que vivemos hoje em geral, e que realmente as coisas que acontecem no mundo atualmente são reflexos desse “desequilíbrio em massa”.
Borat 2 é o filme síntese da Era Trump, incluindo “excrecências” derivadas, como Bolsonaro. Que sua crítica crua nos ajude a jogar a política do ódio na lata de lixo da história!