Na manhã da quarta-feira, manifestantes realizaram atos na Rodovia Euclides da Cunha, palco do bloqueio, e na Praça Cívica de Votuporanga.
Quatro dias após o final do segundo turno das eleições gerais, encerradas oficialmente no início da noite do último domingo (30.out), manifestantes bolsonaristas seguem protestando contra o resultado das urnas. Na manhã desta quinta-feira (3.nov), o grupo se aglomerou na frente do Tiro de Guerra, localizado na Rua Rio Grande, no bairro Jardim Terras de São José, em Votuporanga/SP.
O Diário de Votuporanga apurou entre os manifestantes, que portavam bandeiras do Brasil, que o grupo segue no local por tempo indeterminado, de forma pacífica, além de que aguardam um prazo de 72 horas para reconhecimento da Justiça de supostas fraudes no pleito. Movimentação é acompanhada pela Polícia Militar.
Em outros municípios do noroeste paulista, como Araçatuba e São José do Rio Preto, existem manifestações semelhantes deste quarta-feira, onde os grupos gritam por “intervenção federal”, pedido que é antidemocrático e contra a Constituição.
Em contato com o Tiro de Guerra, o Chefe de Instrução, Subtenente do Exército Brasileiro, Giovani Santana Gonçalves, explicou que não está autorizado a comentar a manifestação, e que as atividades de instrução seguem o cronograma sem alteração.
Bloqueio
O movimento no município foi deflagrado na tarde de segunda-feira (31), quando caminhoneiros e manifestantes bloquearam nos dois sentidos o Km 522 da Rodovia Euclides da Cunha (SP-320), próximo ao Auto Posto Trevão, no perímetro urbano de Votuporanga. Liberando apenas veículos leves. Manifestantes atearam fogo em pneus.
No final da tarde de terça-feira (1º), após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) e determinação do governador Rodrigo Garcia (PSDB) a pista foi completamente liberada.
Na manhã da quarta-feira (2), manifestantes bolsonaristas voltaram ao palco do bloqueio em manifestação, porém, sem novas interrupções de tráfego.
Os bloqueios causaram transtornos e desabastecimentos, principalmente de combustíveis.
Motivação
A movimentação, em alguns lugares do Brasil, começou ainda no início da noite de domingo (30), logo após o anúncio do resultado das eleições gerais que conferiu vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) na disputa da Presidência da República.
O grupo sem liderança definida, assim como em ações deflagradas em ao menos 21 estados do país e no DF, questionaram a lisura do processo eleitoral, por conta de supostos prejuízos da campanha de Jair Bolsonaro em inserções de rádio no Nordeste; outro fator, seria um posicionamento do atual presidente que ainda não havia se manifestado publicamente desde proferida a derrota nas urnas; aparição que ocorreu no final da tarde de terça-feira.