Sepultamento foi no início da tarde da ultima quinta-feira (6), em Turiúba (SP), cidade natal do locutor. Asa Branca morreu aos 57 anos, no Instituto do Câncer, em São Paulo.
Amigos, familiares e fãs do Asa Branca, que foi enterrado no começo da tarde desta quinta-feira (6), em Turiúba, no interior de São Paulo, se comoveram e fizeram homenagens durante os últimos minutos ao lado do corpo do locutor de rodeios.
O caixão com o corpo de Asa Branca, que morreu na terça-feira (4) aos 57 anos, no Instituto do Câncer, em São Paulo, foi carregado da Câmara dos Vereadores até o Cemitério Municipal, onde foi sepultado sob forte comoção. Ele lutava contra um câncer e era portador do vírus HIV.
Durante todo o trajeto, cerca de 1,5 quilômetro, amigos a pé e montados a cavalo tocaram berrante. Uma música feita em homenagem ao Asa Branca, pelos cantores Sérgio Reis e Ricardo Teixeira, também foi executada durante a celebração.
A viúva do locutor de rodeio, Sandra dos Santos, afirmou que o marido lutou muito enquanto estava vivo e que morreu como um vencedor.
“É muito gratificante ver toda essa homenagem. Isso é Asa Branca. Não podia ser diferente. Se ele estivesse do outro lado, com certeza, estaria fazendo igual”, diz Sandra.
Amigos carregaram o caixão do locutor até o cemitério de Turiúba — Foto: Marcos Lavezo/G1
Gabriel Magalhães Sérgio dos Santos, um dos filhos de Asa Branca, disse que viveu muitas memórias ao lado do pai e agradeceu a presença de todas as pessoas que participaram do enterro.
“Perceber que meu pai foi tudo isso é muito bom. Ele não foi só uma pessoa. Foi um ídolo não só para mim, mas para nação inteira”, afirma Gabriel.
Enterro do locutor de rodeio Asa Branca foi marcado por emoção e homenagens em Turiúba — Foto: Marcos Lavezo/G1
Antes de ser enterrado, o locutor foi velado na Assembleia Legislativa de São Paulo, na quarta-feira (5). Posteriormente, o corpo foi levado para Turiúba, onde um velório também foi realizado antes do sepultamento.
Lenda dos rodeios
Asa Branca foi um ícone no mundo dos rodeios por criar um novo estilo de narração. Ele revolucionou as apresentações no final dos anos 1980 ao incrementar a locução a partir de um microfone sem fio, algo inédito para época.
O locutor aproveitou a evolução tecnológica para dar ainda mais ênfase ao famoso “segura, peão”, criado por José Antônio de Souza, o Zé do Prato, outro grande nome da locução de rodeios e que morreu em 1992.
“Ah, este é do Zé do Prato, conhecidíssimo. Eu só estiquei um pouco mais: ‘seguuuuura peãããão’”, relembrou em entrevista a uma televisão de Campinas em 2018.
A partir disso, o rei de versos e jargões e da potente voz inconfundível começou a fazer história nos rodeios Brasil afora.
“O Brasil tem ótimos locutores e me sinto orgulhoso quando me dizem que fiz escola. Me falam, ‘olha lá, Asa, está te imitando’. Eu respondo que isso é ótimo, é sinal que sou uma referência”, afirmou.
Sucesso, excessos e fé transformaram Asa Branca em um mito. No documentário “A Última Lenda dos Rodeios”, lançado esse ano durante a Festa do Peão de Barretos, o locutor contou detalhes sobre a vida atribulada, a luta contra drogas, as relações amorosas e a batalha enfrentada para encarar de frente doenças como a Aids, e um câncer de boca.
Em maio de 2018, ele fez um rodeio em Fernandópolis (SP), e, mesmo recém-aposentado das arenas, se mostrou feliz em ver se aproximar o início das filmagens do longa-metragem “Asa Branca – A Voz da Arena”. “O Brasil tem ótimos locutores e me sinto orgulhoso quando me dizem que fiz escola. Me falam, ‘olha lá, Asa, está te imitando’. Eu respondo que isso é ótimo, é sinal que sou uma referência”, conclui.
* Com colaboração de Renato Martins