André Gandolfo emociona o público com seu show ‘Música de bolso’ no FLIV

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Foto: Reprodução

Além de músico, André Gandolfo também é compositor, escritor e palestrante, possui curso superior em Letras e acumula diversos cursos ligados à música, educação e sociologia.


por Andrea Anciaes

Na última segunda-feira (15/08) aconteceu no FLIV o show de André Gandolfo com uma participação do músico Valter Ferreira (acordeon), o cantor com belíssimas canções pode emocionar o público presente.

Em seus 10 anos de carreira já esteve em mais de 100 cidades brasileiras e encantou um público total estimado em 30 mil pessoas pelo país!

Além de músico, André também é compositor, escritor e palestrante, possui curso superior em Letras e acumula diversos cursos ligados à música, educação e sociologia.

Em entrevista para o jornal Diário de Votuporanga André Gandolfo pode falar um pouco sobre o show que apresentou no FLIV e também sobre sua carreira, acompanhe:

DV: Desde quando você se dedica à música?

“Dedico-me à música e à literatura desde 2006, quando escrevi meu primeiro poema e fiz minha primeira aula de piano, aos 12 anos. Desde então, tenho nas minhas bagagens, uma jornada de palestras, diálogos musicais, livros, shows, projetos culturais.”

DV: Como você preparou o show da noite da última segunda-feira (15/08)?

“O show ‘Música de bolso’ apresentado na noite de ontem teve como finalidade principal a divulgação do meu primeiro trabalho com canções autorais, depois de 10 anos de carreira. Esse álbum já foi lançado nas plataformas digitais, vai ser lançado em disco de vinil e no show eu trouxe essas 6 canções compostas por mim, além de músicas da MPB e um sertanejo raiz interpretado ao piano. Um show variado que levou ao público presente a mesma leveza que sempre busquei levar com o meu trabalho.”

DV: Como foi a escolha do repertório para sua apresentação no FLIV?

“Eu busquei fazer um apanhado com músicas que representassem meus 10 anos de carreira, músicas que sempre me acompanharam. Músicas compostas por mim, Anunciação (Alceu Valença) porque é incrível a força que essa música tem, como as pessoas gostam! Vinícius, Toquinho…trouxe o sertanejo raiz porque eu gosto de enaltecer e respeitar todos os gêneros musicais, o sertanejo raiz é muito rico na simplicidade e na poesia, então eu cantei a canção ‘Saudade da minha terra’ para mostrar a leveza que tem a música brasileira, seja na MPB, seja na canção autoral ou no sertanejo raiz.”

DV: Como e quando você se descobriu músico, cantor e compositor?

“O início é curioso porque quando eu estava na sexta, sétima série dos estudos, eu jurava que seria um arquiteto. Quando a aula estava chata, eu ia no final do caderno e ficava desenhando plantas baixas, mas algum dia alguém falou assim: puxa, que legal, tem que saber muita matemática para fazer isso! Mas como sou avesso à exatas então pensei: não quero essa profissão, porque se eu precisar fazer cálculos prefiro não tê-la. Então minha mãe insistiu muito que eu fizesse um curso de música que havia  acabado de chegar na cidade, então aprendi a tocar violoncelo…a princípio contra a minha vontade, simultaneamente fazia aulas de teatro e aos poucos eu descobri o quanto a arte preenchia os ‘buraquinhos’ da minha alma, o quanto a poesia, a literatura, a música, as artes de forma geral me preenchiam. Então eu comecei a estudar o violoncelo mas sempre tive como inspiração astros da MPB como: Tom Jobim, Guilherme Arantes, Ivan Lins e eles sempre estavam ao piano. 

O piano é um instrumento que me cativa e tem uma beleza que me encanta, comecei a fazer aulas de piano, a princípio em uma escola de música, depois aulas particulares com um professor que hoje é meu produtor de músicas autorais, Francismir Silva e aprendi piano popular com ele…isso tudo faço até hoje! Eu amo tocar piano e busco cada vez que me conecto a um instrumento trabalhar para que ele se torne uma extensão do meu corpo, pra que eu tenha um domínio do peso de cada nota que eu toco, e com isso passar para o público exatamente o que o meu coração quer passar…se eu quero passar alegria eu consigo passar com o peso da nota que estou tocando, se eu quero passar a serenidade que vai lá no fundo do coração eu consigo através do piano e é um trabalho que desde os 12 anos estou desenvolvendo, hoje estou com 28 anos…mas a primeira vez que eu me sentei para por a mão em um piano foi com 12 anos de idade.”

DV: Como foi para você esse show no FLIV?

“Esse show no Fliv foi muito importante porque são 10 anos de estrada, são 10 anos que eu lancei meu primeiro livro, pude estar no festival literário que eu sempre almejei estar pela referência e pelo porte que ele tem, por ser a minha região, e é como se fosse um marco, porque eu pude contar com pessoas que me acompanharam nessa trajetória, você já me assistiu, as pessoas da cidade, da educação, pessoas de ambientes religiosos, enfim… pessoas que ao longo da minha carreira estiveram comigo…então posso dizer que esse show foi intimista, que foi feito do meu coração para o coração das pessoas. Desejo que cada nota, cada palavra, cada história que eu vivi que contei na minha apresentação como experiência de vida, como se fosse um diário que eu abri…um diário musical aberto para as pessoas e do mesmo modo que tudo isso me transformou, possa ter transformado às pessoas. Vale muito eu dizer que jamais teria chegado até aqui se não fosse a ajuda de outras pessoas. De pessoas que patrocinaram meus primeiros livros, de pessoas que confiaram em mim quando eu era muito incipiente pois estava ainda começando, pessoas que perdoaram a minha desafinação no início da minha carreira, pessoas que como você hoje me ajudam a divulgar o trabalho, isso é muito importante! Cada braço, cada abraço, cada mão, cada incentivo que eu tive, sempre será lembrado. Eu jamais conseguiria chegar aos 10 anos de carreira de modo independente tendo vendido 30 mil livros, se não fosse a ajuda das pessoas. Que através do meu trabalho as pessoas possam ter sempre momentos inesquecíveis!” 

Lembrando que em 2022 André Gandolfo comemora 10 anos de carreira com o lançamento de seu primeiro álbum de canções autorais, ‘Música de Bolso’. O álbum foi gravado em Curitiba/PR e seu lançamento nacional aconteceu em maio no Palácio dos Jequitibás e no auditório da Academia Campinense de Letras.