Alimentos para o cérebro: entenda os efeitos dos nutrientes na função mental

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Foto: MART PRODUCTION/Pexels

Neste mês é promovida a campanha ‘Janeiro Branco’ para conscientizar sobre a prevenção de depressão, ansiedade e outras doenças.


Você conhece a campanha Janeiro Branco? Com objetivo de chamar atenção para a população a respeito da saúde mental, a campanha tem como objetivo ajudar na melhora do estilo de vida pensando na redução ou prevenção de doenças como depressão e ansiedade.

Para isso, as medidas adotadas envolvem as áreas de bem-estar mental, exercícios, atividades cognitivamente estimulantes, sono, nutrição e conexão social.

O Brasil conta com 63% da população sofrendo de ansiedade e 59% de depressão. Tal cenário se agravou no período de pandemia, e ainda tende a se elevar nos próximos meses, por isso, a importância de estimular o cuidado com a saúde da mente.

A nutrição e os alimentos neuroprotetores

A produção de neurotransmissores monoaminas, sobretudo a serotonina, norepinefrina e dopamina, são importantes na fisiopatologia da doença mental, e tal condição é influenciada pelo status de cofatores de aminoácidos e cofatores dependentes de minerais.

O folato e outras vitaminas do complexo B são essenciais para o ciclo de metilação, que produz um cofator crucial para a síntese do neurotransmissor monoamina. Assim, o aporte de nutrientes nesse sentido se torna essencial no auxílio da prevenção e na amenização de sintomas associados ao bem-estar mental.

Por ser um órgão com demandas metabólicas e nutricionais muito altas, o cérebro consome 20% da ingestão calórica diária de uma pessoa, aproximadamente 400 calorias por dia. Ele é composto por 60% de gordura e contém altas concentrações de colesterol e ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs), como ômega-3.

Diante disso, destaca-se que o aporte e consumo adequado dessas gorduras deve ser priorizada. O ideal é incluir peixes magros, sementes de linhaça e chia, e algas marinhas no cardápio para contribuir com a ingestão do ômega-3.

O papel da inflamação na doença mental e a alimentação anti-inflamatória

A inflamação pode desempenhar um papel importante na ligação com a saúde mental. O papel patogênico da neuroinflamação na doença mental se dá pela alta presença de biomarcadores inflamatórios, incluindo CRP, TNF alfa receptor 2 e IL-6 no tecido cerebral.

A maior adesão ao padrão alimentar inflamatório mostra um risco relativo de desenvolver depressão. Esse padrão é baseado no alto consumo de refrigerantes adoçados com açúcar, grãos refinados, carne vermelha, refrigerantes diet e baixo em café, azeite, folhas verdes e vegetais.

Assim, modular a alimentação com fitoativos anti-inflamatórios presentes nos vegetais, grãos, especiarias e sementes é estratégia promissora na prevenção e tratamento de condições mentais.

*Informações/g1/Roberta Lara é nutricionista e colaboradora da página “5 minutos de nutrição”